20 de abril de 2013

Inabalável - Capítulo 35



Corações perdidos. Corações despedaçados. Fim de canção, fim de poesia, fim de sonho, fim da vida. O corpo de Pedro atirado no chão poderia significar muito mais que a morte de um líder, mas o fim de uma guerra ideológica, de família. Guerra lutada sem motivos. Guerra lutada sem verdadeiro por que. 


Christopher que chorava sob Alicia, não sabia o que fazer. Gisele e Humberto fugiram pela mata, assim que ouviram ás sirenes. Não iriam muito longe, pelo menos era o que ele queria que acontecesse. George e Louise foram até a delegacia, mas, eles eram amigos de todo o pessoal, enfim pouco resultaria sua apreensão. 

Depois de aproximadamente quinze minutos, chegaram ao hospital. Ali teria agravantes que poderiam leva-la a morte, uma parada respiratória e certamente danos físicos. 

Doutor Carlos: Vamos ter que leva-a imediatamente para o centro cirúrgico... 
Christopher: Deixe eu ir junto, por favor!

Doutor Carlos: Sabe que não pode, não pode! Fique aqui, ligue para seus familiares, você precisa de ajuda. – saíram em disparada até a sala cirúrgica, deixando o menino desolado. 

Pediu para que a enfermeira emprestasse o telefone para ele. A mulher penalizada assim o fez. Chris agradeceu aos céus por não ter sido Laura a atender a ligação, seria muito pior dar uma notícia daquela para a mulher. 

Luiz: Olá, quem é? 
Christopher: Tio é o Chis! – disse com a foz falha.
Luiz: Até que enfim, Laura estava subindo pelas paredes sem notícias de vocês... – riu. – E nossa princesa Alicia, como está? – o menino engoliu seco, não pode impedir que ás lágrimas caíssem por seu rosto. Chorou. – Chris, está tudo bem? Chris! – insistiu. 

O menino não conseguia falar, sentiu o coração apertado, como se o tivesses esmagando. Respirou fundo por várias vezes, até que ligeiramente soltou a notícia como uma bomba:
Christopher: Sinto muito em dizer-lhe isso tio, mas Ali foi baleada.

Do outro lado da linha, uma família desmoronava, era a tristeza de pais que mesmo adotivos, tinham um amor incomparável pela menina. Sua rainha, sua princesa, sua pequena. Não ouviu mais a voz do homem, pelo menos por alguns minutos. Depois de um suspiro, ele continuou. 
Luiz: Como isso foi acontecer? Diga-me, o que você estava fazendo quando isso aconteceu? 
Christopher: Estava tentando salvá-la! – gritou. – Não tenho como explicar nada por aqui, venha para cá logo. 
Luiz: Onde estão? – o menino pediu o endereço para a enfermeira e passou para o homem.
Christopher: Por favor, não demorem! – implorou.

Brasil, Casa dos Guerra. 


Na casa dos Guerra, a alegria sem causa se transformara em segundos, ou melhor em um telefonema na pior das tristezas, tristezas que não seriam apagadas. Laura ao ouvir do marido tudo aquilo foi a loucura, sentiu a cabeça corroer, o peito contrair, sabia que tinha algo de errado, tentou avisar, ninguém lhe deu ouvidos. Seu instinto não falhara. Instinto de mão não falha. 

Kate e Lucas que estava juntos correram para casa. Tentaram controlar Laura, mas foi em vão. O pesadelo era sem tamanho, inevitável. Impossível de não ser sentido. 

Luiz: Laura, você vai querer ir comigo? – pediu para a mulher. 
Laura: É claro que sim, é claro! – jogou-se nos braços do marido. 
Luiz: Sei que é difícil te pedir isso, mas tenha um pouco de tranquilidade, ela ainda está viva... – a mulher interrompeu-o.
Laura: É terrível pensar que podemos perder ela! 
Luiz: É claro que sim, mas precisamos de força. Ouça-me tudo vai dar certo! – tentou confortá-la. – Vamos para o aeroporto, meu amigo Lúcio conseguiu que nós dois pudéssemos embarcar hoje. 
Kate: Mas, eu também quero ir junto! – brigava.
Luiz: Meu amor, também queríamos que fosse, mas entenda precisamos que você fique aqui e vá atrás de Carol o mais rápido possível está bem, por favor! Estaremos sempre te ligando, te deixando informada, faça isso por nós. – implorou.

Lucas: Nós faremos! – beijou a mão da menina. – Ficarei aqui com você está bem? Vamos ajudar Ali, mas daqui por enquanto... Sabes que também gostaria de estar lá! 
Laura: Olhe meu bem, tens um anjo a te cuidar! Não nos falhe! 
Kate: Está bem, espero que tudo termine bem! 
Luiz: Terminará! – partiram. 

Sozinhos, o jovem casal resolveu ir para a  casa de Lucas. Precisariam de apoio e nada melhor do que o de Eliza. 
Eliza: Mas, como isso aconteceu? – pediu boquiaberta. - Como Ali está? Carol sabe disso? – descarregou um turbilhão de perguntas. 
Lucas: Ali está mal, não sabemos como aconteceu, mas ela está muito mal! Carol não sabe ainda, nem sei como contar... – a mulher interrompeu-o.
Eliza: Deixe que eu cuido disso, sei lidar muito bem com ela. 
Kate: Obrigada Eliza, muito mesmo! – abraçou-a.
Eliza: Não agradeça, sempre farei o que estiver ao meu alcance por vocês! Mas confesso, que dia em... 
Lucas: Por que fala isso mamãe?  - indagou apreensivo. – Aconteceu alguma coisa com Sophia?
Eliza: Não filho, Graças á Deus. Mas, Diana, ela está grávida... – parada atrás deles uma menina perplexa. 
Sophia: Diana está o quê? – sua voz ecoa pelo local.

Eliza: Sophi... você ouviu tudo? 
Sophia: Acho que sim, mas espera mamãe, você disse que Diana está grávida? – a mulher cautelosa, assentiu. - Meu Deus, não que seja algo ruim, mas ela vai enfrentar uma barra. Gravidez na adolescência é terrível. – todos olharam de olhos arregalados para ela. – O que foi? 

Lucas: Você não está brava? – quis saber.
Sophia: Por que estaria? 
Eliza: Porque gosta de Jhon... – a menina levou o dedo a boca em sinal de silêncio. 
Sophia: Não mais mamãe, não mais! – sorriu firme. – Eu realmente estou feliz, com outra pessoa... – agora foi a vez de Kate interromper. 
Kate: E quem é o desajuizado? 
Sophia: Amanhã trago ele aqui para vocês conhecer... – piscou. – Mas garanto que irão gostar, ao menos está me fazendo muito feliz. – suspirou. 

Depois da notícia da menina, Eliza contou toda a história do desprezo de Jhon para com ela e do sofrimento de Paulo que não sabia o que fazer. Kate disse que iria fazer algo para ajudar e recebeu apoio de Sophia, que era uma nova pessoa. 

Estados Unidos, Dallas. 

Horas passaram-se, horas e mais horas. Chris não pregara o olho, não poderia, não conseguiria. Foi várias vezes até a enfermeira que não tinha nenhuma notícia para ele, que se encontrava em estado de desespero. Foi quando um vulto adentrou na sala de espera, o doutor Carlos pôs se a sua frente. 

Christopher: E aí doutor? Ali, ela está bem?
Doutor Carlos: Depende... 
Christopher: Como assim? – pediu. 
Doutor Carlos: Ela não está morta, mas, Alicia está em coma!

‘’ Não vê. Não sente. Não se mexe. Não vive. Não pode amar, nem sofrer, nem sorrir, nem chorar. Não pode sonhar, não pode dançar. De olhos fechados irá ficar. O coração de batidas fracas, a respiração lenta, serenidade plena, de alma que está a vagar, por aí! ‘’ – Jh Mon.



Nenhum comentário:

Postar um comentário