13 de março de 2013

Serenidade - Capítulo 03


CAPÍTULO 03

PRAÇA DA CIDADE
É festa, a cidade está toda enfeitada com bandeirolas, barracas de algodão-doce, pipoca e alguns brinquedos para as crianças: em uma barraquinha Mirela e Lola vendem doces: Lola gritava:
LOLA- doces e mais doces, de todos os sabores que quiserem,apenas cinqüenta centavos, baratinho!
MIRELA- cinqüenta centavos? Tá barato demais vovó.
LOLA- mas minha filha, não é todo mundo dessa cidade que compraos nossos doces, e se for mais caro ainda,aí mesmo que perdemos os freguês.
MIRELA- uai vó, se a senhora pensa assim, deixa quieto então né.

CASA DE SILVÉRIO
Soraia pede para Silvério que está sentado no sofá vendo TV:
SORAIA- Silvério, por favor, vamos nessa festa.
SILVÉRIO- estou muito cansado Soraia, vá você.
SORAIA- eu não quero ir sozinha, quero mostrar pra todo mundo que eu e você somos um lindo casal, vamos...
SILVÉRIO- vá você sozinha, amanhã eu tenho um trabalho pra fazer, agora para de me encher o saco e chispa daqui.
SORAIA- tá bom, eu vou! Mas vou trazer um saquinho de pipoca pra você. Tchau amor, tchau!
Soraia sai e Silvério se arruma com um terno e calça novas, penteia o cabelo:
SILVÉRIO- eu? Sair com a Soraia? Só se ela estiver bonita. (risos)
Silvério sai, Soraia está só na festa e Rafael chega perto dela:
RAFAEL- Soraia? Que bom que te encontrei aqui.
SORAIA- oi Rafa (se abraçam) está aqui sozinho?
RAFAEL- não, meus amigos estão ali no canto, mas eu não quero ficar juntos com eles não, prefiro ficar aqui. E o papai como ele está?
SORAIA- o mesmo, da casa pro trabalho, do trabalho para casa, nem me dá mais atenção,ele não quis vim a festa, diz que estava cansado, aí eu vim sozinha.
Rafael sai correndo.
SORAIA- Rafa, espera... Rafael? Gente, aonde esse menino deve ter ido?
Rafael entra em seu carro e acelera, ele para em um motel e entra: Rafael abre a porta de um quarto e depara com Silvério beijando uma adolescente:
RAFAEL- pai!
SILVÉRIO- Rafael? O que faz aqui?
RAFAEL- bem que eu suspeitava.
Ambos se olham.

FESTA NA PRAÇA
Todos curtem e dançam, Mirela e Lola continuam com seus doces, pipocas e algodão-doce também são vendidos ali... Soraia está sozinha, seus sapatos quebram o salto e ela cai, Fernando a ajuda levantar:
FERNANDO- opa, deixa eu te ajudar, vamos fazer de conta que ninguém viu!
SORAIA- e, isso é difícil, essa cidade gosta de ficar com os olhos bem regalados.
FERNANDO- liga não, inveja que eles tem demais. Você é daqui?
SORAIA- claro, moro em um apartamento...
Ambos se olham.

MOTEL
Rafael e Silvério se encaram:
RAFAEL- por que papai? Por que o senhor tem que ser falso com a coitada da Soraia?
ADOLESCENTE- Soraia? Mas quem é Soraia?
SILVÉRIO- não é ninguém, não é ninguém.
RAFAEL- é sim, é esposa dele tá.
ADOLESCENTE- esposa? Seu canalha você me disse que não era casado, que era sozinho e ainda mentiu que não tinha um filho! O que você é dele garoto?
RAFAEL- uai, sou filho!
 Ivana compra um doce de Lola e vai andando e tropeça e cai, algumas pessoas riem dela:
IVANA- que foi seus bandos de pobretões, ah, tá cheio de pedra nesse lugar, é claro que todo mundo vai cair.
Mirela estende a mão para ela:
MIRELA- deixa eu te ajudar a levantar?
IVANA- ah, obrigada pela gentileza, qual seu nome?
MIRELA- meu nome é Mirela, e eu sempre gosto de ajudar as pessoas.
IVANA- Mirela, nome bonito o seu, o meu é Ivana, então o que você faz?
MIRELA- eu ajudo a minha avó a vender os doces que nós fazemos, estamos quase perdendo a fazenda e não sabemos mais o que vamos fazer.
IVANA- quem sabe eu possa te ajudar? Eu me mudei para cá hoje com o meu noivo Fernando, compramos um apartamento, que tal você ir trabalhar como a minha empregada? Vai receber bem mais do que vendendo esses doces pelas ruas afora, o que acha?
Mirela e Ivana se olham, Silvério e Rafael chegam em casa discutindo:
SILVÉRIO- por que será que você tem que estragar os meus encontros?
RAFAEL- por quê? O senhor ainda diz o porquê? Papai, a Soraia não merece essa traição que ela está sofrendo de você, a Soraia é UMA mulher digna e fiel a qualquer hora e você?
SILVÉRIO- o que tem eu?
RAFAEL- o senhor não passa de um empregado do seu próprio irmão, do meu tio, vivendo de migalhas a qualquer custo, e ainda por mais que isso não doa em você gosta de maltratar a coitada da Soraia que numa hora dessas deve estar na festa sozinha sem ninguém.
SILVÉRIO- não venha me encher o saco garoto! Eu amo a Soraia agora eu não sei se ela me ama.
RAFAEL- por que o senhor mesmo não descobre? A chame para sair, para dar uma volta, a leve em um lindo restaurante! Pense bem meu pai, pense bem!
Rafael sai, Silvério fica pensativo, acende um charuto e senta-se no sofá.

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