13 de março de 2013

Inabalável - Capítulo 3


Chegou ao aeroporto e sentou-se esperar, logo uma voz anunciou o seu voo. Ela seguiu, embarcou e sentou-se na poltrona. Pelo vidro da janela, viu pela última vez aquele lugar, que direta ou indiretamente tanto fez bem á ela.

Encostou a cabeça e pegou seu livro, estava lendo A Cabana. Perdida na história, sentiu o avião decolando, sentiu uma sensação de liberdade tão boa. Logo, pegou no sono e só acordou quando a aeromoça informou que eles haviam chegado. Respirou fundo e desembarcou. Olhou as estrelas que já compunham o céu, a noite estava linda. Aliás, respirar os ares do Brasil era realmente maravilhoso.

Andou um pouco perdida e foi até o bagageiro, quando colocou uma das mãos na alsa da mala, ele disse:
- Quer ajuda? 

I set fire to the rain                                                                 Mas eu ateei fogo à chuva
And I threw us into the flames                                            E nos joguei nas chamas
Well, it felt something died                                            Bem, me pareceu que algo morreu

Cause I knew that that was the last time, the last time! 
Porque eu sabia que aquela era a última vez, a última vez! ( Adele)

Quando olhou para ele, sentiu-se tão pequena. Realmente, um dia, pensou que nunca mais o veria. Pensou que nunca mais teria-o por perto, pensou que não precisaria senti-lo novamente, mas infelizmente, a última vez dela nunca existiu.

Engoliu seco, sentiu o coração sair pela boca, olhou seu sorriso e teve vontade de beijá-loali mesmo. Respirou fundo, imaginou como se sentira mal depois de todo esse tempo e por culpa de Christopher. Apenas incorporou a personagem que havia inventado e o enfrentou.
Alicia: O que você está fazendo aqui? - franziu o cenho irritada.

Christopher: Ei, calma! - sorriu. Estava meio abobado ainda, como ela havia mudado. - Só quero te ajudar Ali - rolou os olhos, lembrando do apelido da menina.

Alicia: Primeiro: eu não te pedi ajuda! - olhou fixamente para ele - Segundo, quero você bem longe de mim e terceiro, não te dei intimidade para me chamar de Ali e me pedir coisas, okey? - ele não poderia negar, estava surpreso pelo jeito com que ela agia. Nunca viu-a assim, estava mudada, estranha.

Christopher: Pra que falar assim comigo? - arregalou os olhos chateado - Eu só estou aqui, porque seu ''pai'' mandou! - 

Alicia: Pois então não deveria ter considerado, ele nem meu pai é. - pegou a mala e caminhou para a área externa do local.

Christopher: Não seja hipócrita Alicia! - segurou-a pelo braço. 
Alicia: Me solta! - pediu com raiva.

Christopher: Eu estou com o meu carro ali, vamos, eu te levo até em casa. - insistiu, soltando-a.
Alicia: Não precisa, eu fiquei bastante tempo sozinha... - soletrou a última palavra - já sei como me virar e muito bem! - exclamou, deixando ele ali, sozinho. 

Casa dos Lins, 19h30min.

Eliza: Lucas, tenho uma notícia para você, abre essa porta filho! - a mulher insistia em bater no quarto do menino.
Lucas: Mãe, já vai. - gritou, enquanto procurava o calção que estava perdido em algum lugar.
Eliza: Vamos filho, apure!

Lucas: Se minha mãe tivesse um pouco mais de paciência eu agradeceria - rolou os olhos. - Achei, ainda bem! - suspirou aliviado, colocando a peça de roupa. Penteou o cabelo com os dedos e finalmente, abriu a porta.

Eliza: Até que enfim filho, tenho uma ótima notícia para você - sorriu satisfeita.
Lucas: É bom que seja, a senhorita - brincou - fez com que eu saísse do meu aconchego e me levanta-se. - riu.

Eliza: É bom que saia deste quarto um pouco... - respirou fundo - mas enfim, a volta hoje! - e não é que a notícia era boa mesmo? 

Lucas: Como? Repete! - pediu sorridente.
Eliza: A Alicia vai volta filho, já deve estar chegando em casa, o que acha de irmos para lá? - indagou, a resposta veio breve.

Lucas: Mas é claro que sim mãe, vamos logo!
Eliza: Vai deste jeito? - questionou, vendo como o filho estava vestido.
Lucas: Sim mãe, vamos! - ela riu do jeito dele e foram, chamaram Sophia mas a mesma, estava muito ocupada e não quis ir junto. 

Partiram para a festa surpresa da menina, que não podia imaginar o que aguardava a sua chegada.

Casa dos Guerra, 20h00min.

Luiz: Laura pare de ficar olhando pela janela de cinco em cinco minutos - repreendeu a esposa.

Laura: Estou ansiosa, quero vê-la de uma vez! - afirmou, arrancando uma gargalhada coletiva.

Foi quando um táxi estacionou em frente a casa que a mobilização aconteceu. Apagaram-se as luzes, o silêncio se fez presente e quando ela abriu a porta: Surpresa! Era a sua noite, o seu recomeço!


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