CAPÍTULO
02
Lola e Mirela
ainda tentam correr da inundação da cidade, um carro pára na frente delas e um
homem as colocam no carro e ele acelera: toda a cidade é inundada pela água, e
os moradores choram em cima de uma montanha ao ver a cena das águas:
LOLA- quem imagina que debaixo daquelas aulas tinham
sonhos e familias felizes?
MIRELA- o que a gente vai fazer agora vó? A nossa fazenda
também foi inundada?
LOLA- não minha neta, nossa fazenda não, por que moramos
longe e em um morro, graças ao bom Deus, mas teremos que ajudar essas pessoas a
construir a nova cidade deles.
Corta: todas as
pessoas estão sentadas no chão, o sol está rachando de quente, alguns aviões,
caminhões chegam no lugar com mantimentos, comidas, roupas e água: Mirela ajuda
a distribuir as coisas para a família, Lola conversa com um dos homens:
LOLA- estão todos sofrendo com a perda da cidade.
HOMEM- não há nada que podemos fazer dona, nada, tudo o que
eu posso fazer é trazer esses mantimentos que outras pessoa estão doando.
LOLA- sim, eu sei e eu agradeço por isso. Mas essa cidade
é maluca e esse povo está querendo a todo o custo construir uma nova cidade.
HOMEM- mas eles estão loucos?
LOLA- é a serenidade, eles querem paz e saber de um
cantinho só deles depois disso tudo que aconteceu, eu espero que eles consigam
fazer isso.
FAZENDA
SANTA TEREZA
Lola colocava um
balde de água no fogão de lenha e olha pela janela Mirela jogar milho para as
galinhas:
LOLA- minha neta, espero que o futuro reserve pra você um
mar cheio de rosas, pra que você não sofra como está sofrendo agora.
Amanhece na
fazenda, em um terreno grande as pessoas começam a levantar com tijolos
pequenas casinhas, depois vai chegando materiais de construção doado por
empresas, um homem chamado Fernandes chega no lugar com uma espingarda nas mãos
e atira, todos se assustam:
FERNANDES- ninguém de vocês vai construir no meu terreno, esse
lugar aqui é meu e de mais ninguém.
HOMEM- o senhor não pode fazer isso conosco, estamos
precisando de morada e aqui é o melhor lugar!
MULHER- isso mesmo, não vamos sair daqui.
Em um ato de
covardia Fernandes pega uma criança de 8 anos, pega a arma em seu cinto e
aponta para a cabeça dela, a mãe se desespera:
MÃE- minha filha.
FERNANDES- então: vão largar o meu terreno ou querem ver essa
menina nojenta morta aqui?
Todos ficam em
silêncio...
Fernandes espera
alguma resposta do povo da cidade que olha com os olhos cheios de medo para o
dono do terreno:
FERNANDES- então seus ladrões de terrenos, vão ou não vão sair
de minhas terras? Das minhas propriedades?
HOMEM- não vamos sair não, precisamos de casas e de termos
paz, aqui é um bom lugar e não vamos sair daqui.
FERNANDES- muito bem, vocês escolheram. (joga a menina no chão
e ordena aos seus homens) a levem e acabem com a raça dessa menina.
Os homens pega a
menina pelos braços e a levam atrás de umas pedras alta: a mãe grita pedindo
socorro, pois iram matar sua filha, quando eles escutam um tiro e um grito da
menina.
FERNANDES- vocês podem ficar aqui, mas não esqueçam que essas
terras ainda são minhas, eu posso chegar aqui e fazer o que eu quiser com todos
vocês, seus bando de sem-terras.
Fernandes vai
embora e todos gritam pelas terras que conseguiram ali, era o fim de mais um
dia de sofrimento.
LOLA- não para a coitada da mãe da menina que chora pela
sua morte.
Narrando: então
com os materiais doado de empresas, os homens e as mulheres começavam a
levantar os tijolos, cada dia uma casinha era levantada, seja no sol ou na
chuva aquele povo tentava ter um pouco de serenidade, elevada pelo próprio
suor... DIAS DEPOIS...
MIRELA- essa cidade está cada dia mais ficando bonita, será
que ela vai ser reconhecida vó?
LOLA-
espero que sim minha neta, esse povo dá de si
para que eles ergam essa cidade e que de algum modo ela seja reconhecido no
mapa, agora vamos minha filha, vamos para casa, para a nossa fazenda.
Narrando: dias e noites, chuva ou sol todos ali trabalhavam
para que uma cidade limpa e protegida fossem construída, e os anos se passaram,
a cidade teve sua primeira eleição, segunda... Teve problemas, construção de
apartamentos, lojas e tudo mais... Até que um dia chega à cidade a empresa
Don’Sor Laticínios, em um slide Demétrio
fazia uma reunião conclusiva na sala:
DEMÉTRIO- então senhores se abrirmos essa parte daqui o leite
poderá ficar mais fresco e assim coalhar melhor para os iogurtes.
HOMEM
1-mas os nossos iogurtes não estão rendendo como
no ano passado.
SILVÉRIO- (se levanta) isso por que você não viu, a Don’Sor
vai lançar os iogurtes com vários sabores, mas são aqueles que congelam e tal.
DEMÉTRIO- serão três sabores diferentes em cada pote do
iogurte que nossa empresa latifundiária cria, neles os melhores: morango, coco
e banana, será um sucesso.
SILVÉRIO- já é um sucesso meu irmão, pode esperar, cada vintém
que essa empresa erguer, será cada bloco que essa empresa tem.
Todos aplaudem na
reunião.
LOJA DE
BOMBONS
Hercília prova
alguns bombons e Macau se aproxima dela:
ALFREDO- uai a dona da melhor casa dessa cidade comprando
bombons?
HERCÍLIA- Alfredo meu filho, também sou filha de Deus, tenho
total direito de comprar e comer bombons, mas não é pra mim, é pra mim dar de
presente.
ALFREDO- dar de presente? Mas pra quem?
HERCÍLIA- Macau, o que eu faço ou deixo de fazer é coisa
minha, agora trata de ir para o hospital e cuidar dos seus pacientes. Hum!
Corta: Em um
avião vindo da Europa, Fernando e Ivana se beijam, Fernando ri pois a boca de
Ivana ficou borrada com o batom:
IVANA- que foi Fernando? Por que está rindo de mim?
FERNANDO- meu amor, você se borrou com seu batom.
IVANA- uai limpe para mim!
Fernando pega
Ivana pelos cabelos e a beija apaixonadamente.
(CONTINUA...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário