12 de março de 2013

Serenidade - Capítulo 02

CAPÍTULO 02

Lola e Mirela ainda tentam correr da inundação da cidade, um carro pára na frente delas e um homem as colocam no carro e ele acelera: toda a cidade é inundada pela água, e os moradores choram em cima de uma montanha ao ver a cena das águas:
LOLA- quem imagina que debaixo daquelas aulas tinham sonhos e familias felizes?
MIRELA- o que a gente vai fazer agora vó? A nossa fazenda também foi inundada?
LOLA- não minha neta, nossa fazenda não, por que moramos longe e em um morro, graças ao bom Deus, mas teremos que ajudar essas pessoas a construir a nova cidade deles.
Corta: todas as pessoas estão sentadas no chão, o sol está rachando de quente, alguns aviões, caminhões chegam no lugar com mantimentos, comidas, roupas e água: Mirela ajuda a distribuir as coisas para a família, Lola conversa com um dos homens:
LOLA- estão todos sofrendo com a perda da cidade.
HOMEM- não há nada que podemos fazer dona, nada, tudo o que eu posso fazer é trazer esses mantimentos que outras pessoa estão doando.
LOLA- sim, eu sei e eu agradeço por isso. Mas essa cidade é maluca e esse povo está querendo a todo o custo construir uma nova cidade.
HOMEM- mas eles estão loucos?
LOLA- é a serenidade, eles querem paz e saber de um cantinho só deles depois disso tudo que aconteceu, eu espero que eles consigam fazer isso.

FAZENDA SANTA TEREZA
Lola colocava um balde de água no fogão de lenha e olha pela janela Mirela jogar milho para as galinhas:
LOLA- minha neta, espero que o futuro reserve pra você um mar cheio de rosas, pra que você não sofra como está sofrendo agora.
Amanhece na fazenda, em um terreno grande as pessoas começam a levantar com tijolos pequenas casinhas, depois vai chegando materiais de construção doado por empresas, um homem chamado Fernandes chega no lugar com uma espingarda nas mãos e atira, todos se assustam:
FERNANDES- ninguém de vocês vai construir no meu terreno, esse lugar aqui é meu e de mais ninguém.
HOMEM- o senhor não pode fazer isso conosco, estamos precisando de morada e aqui é o melhor lugar!
MULHER- isso mesmo, não vamos sair daqui.
Em um ato de covardia Fernandes pega uma criança de 8 anos, pega a arma em seu cinto e aponta para a cabeça dela, a mãe se desespera:
MÃE- minha filha.
FERNANDES- então: vão largar o meu terreno ou querem ver essa menina nojenta morta aqui?
Todos ficam em silêncio...
Fernandes espera alguma resposta do povo da cidade que olha com os olhos cheios de medo para o dono do terreno:
FERNANDES- então seus ladrões de terrenos, vão ou não vão sair de minhas terras? Das minhas propriedades?
HOMEM- não vamos sair não, precisamos de casas e de termos paz, aqui é um bom lugar e não vamos sair daqui.
FERNANDES- muito bem, vocês escolheram. (joga a menina no chão e ordena aos seus homens) a levem e acabem com a raça dessa menina.
Os homens pega a menina pelos braços e a levam atrás de umas pedras alta: a mãe grita pedindo socorro, pois iram matar sua filha, quando eles escutam um tiro e um grito da menina.
FERNANDES- vocês podem ficar aqui, mas não esqueçam que essas terras ainda são minhas, eu posso chegar aqui e fazer o que eu quiser com todos vocês, seus bando de sem-terras.
Fernandes vai embora e todos gritam pelas terras que conseguiram ali, era o fim de mais um dia de sofrimento.
LOLA- não para a coitada da mãe da menina que chora pela sua morte.
Narrando: então com os materiais doado de empresas, os homens e as mulheres começavam a levantar os tijolos, cada dia uma casinha era levantada, seja no sol ou na chuva aquele povo tentava ter um pouco de serenidade, elevada pelo próprio suor... DIAS DEPOIS...
MIRELA- essa cidade está cada dia mais ficando bonita, será que ela vai ser reconhecida vó?
LOLA- espero que sim minha neta, esse povo dá de si para que eles ergam essa cidade e que de algum modo ela seja reconhecido no mapa, agora vamos minha filha, vamos para casa, para a nossa fazenda.
Narrando: dias e noites, chuva ou sol todos ali trabalhavam para que uma cidade limpa e protegida fossem construída, e os anos se passaram, a cidade teve sua primeira eleição, segunda... Teve problemas, construção de apartamentos, lojas e tudo mais... Até que um dia chega à cidade a empresa Don’Sor Laticínios,  em um slide Demétrio fazia uma reunião conclusiva na sala:
DEMÉTRIO- então senhores se abrirmos essa parte daqui o leite poderá ficar mais fresco e assim coalhar melhor para os iogurtes.
HOMEM 1-mas os nossos iogurtes não estão rendendo como no ano passado.
SILVÉRIO- (se levanta) isso por que você não viu, a Don’Sor vai lançar os iogurtes com vários sabores, mas são aqueles que congelam e tal.
DEMÉTRIO- serão três sabores diferentes em cada pote do iogurte que nossa empresa latifundiária cria, neles os melhores: morango, coco e banana, será um sucesso.
SILVÉRIO- já é um sucesso meu irmão, pode esperar, cada vintém que essa empresa erguer, será cada bloco que essa empresa tem.
Todos aplaudem na reunião.

LOJA DE BOMBONS
Hercília prova alguns bombons e Macau se aproxima dela:
ALFREDO- uai a dona da melhor casa dessa cidade comprando bombons?
HERCÍLIA- Alfredo meu filho, também sou filha de Deus, tenho total direito de comprar e comer bombons, mas não é pra mim, é pra mim dar de presente.
ALFREDO- dar de presente? Mas pra quem?
HERCÍLIA- Macau, o que eu faço ou deixo de fazer é coisa minha, agora trata de ir para o hospital e cuidar dos seus pacientes. Hum!
Corta: Em um avião vindo da Europa, Fernando e Ivana se beijam, Fernando ri pois a boca de Ivana ficou borrada com o batom:
IVANA- que foi Fernando? Por que está rindo de mim?
FERNANDO- meu amor, você se borrou com seu batom.
IVANA- uai limpe para mim!
Fernando pega Ivana pelos cabelos e a beija apaixonadamente.
(CONTINUA...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário