Agora que via tudo o que vivera naquele tempo longe da ''família'',
percebera que, as coisas não foram tão ruins assim, afinal, como crescera.
Quando entrou no Internato, tudo fora difícil, a diretora que comandava
o local era rígida e por vezes, Alicia ficara de castigo. Mas, sabia que tudo
tinha um porquê e o seu motivo ali era Lena Spazi.
Lena era uma senhorinha de idade avançada que servia como mãe de todos
que estavam ali, por muitas vezes tinha a abraçado e dito que sim, as coisas
iriam dar certo.
O sol já estava por trás das montanhas, a noite caiu. O ar frio que
tocava a sua pele, fazia-a arrepiar, estava na hora de voltar para o hotel. Na
manhã seguinte antes de partir passaria no Internato mais uma vez e tudo para
despedir-se.
Brasil, Casa dos Portmann.
Christopher: Tem certeza tio? - o menino com certeza não havia aderido a
ideia. Não queria ir buscá-la no aeroporto.
Luiz: Sim Chris, por favor! - implorou. - Se eu ou alguém aqui de casa
formos, era irá odiar.
Christopher: Mas, porque não pede para um dos meninos? Que eu saiba,
Lucas era bem amigo dela! - afirmou.
Luiz: Mas queremos que você vá! - insistiu. Mal sabia o homem, que um
dos maiores motivos da ira de Alicia era Christopher.
Christopher: Está bem então, eu irei! - encerrou a ligação.
Como estaria ela depois de três anos? Como ele iria se sentir ao
revê-la?
Estados Unidos, Dallas.
E o sol raiou, o barulinho das ondas do mar, a serena brisa matinal. O
dia havia chego, o dia da sua volta, finalmente havia chego. Levantou-se meio
desconcertada, coçou os olhos para desembaçar a vista, olhou pela janela aquela
paisagem, aquele paraíso. Foi até o espelho, se viu e se sentiu tão diferente,
estava pronta e sim, não tinha mais medo. Trocou-se rápido, estava completamente
ansiosa, embarcou no seu carro e partiu em direção ao Internato.
Lena: Ali, pensei que não venha despedir-se desta velha. - resmungou ao
vê-la entrar no refeitório.
Alicia: Como não viria, está louca? - gargalhou, abraçando a mulher. -
Só não tenho muito tempo, meu voo sai um pouco antes do meio-dia.
Lena: Nem acredito que está partindo. - os olhos marejados, a voz rouca,
era tão difícil ver sua pequena indo.
Alicia : Pare com isso, se você
imaginasse como é torturante me despedir, sinto que já não estou mais protegida
- acariciava a mão da senhorinha, que emocionada direcionou para que sentassem
um pouco - Porque não pode ir comigo ? - pediu.
Lena Ali, sabe mais que ninguém que todos que estão aqui precisam de
amor e carinho, precisam de mim - explicava - e também, o meu lugar é aqui, em
meio a está bagunça toda, com esses jovens e essa criança me rodeando! - sorriu
encantada
Alicia: Como sou boba, é claro que você precisa ficar com eles - tentava
convencer a si mesma - mas eu não consigo colocar na cabeça - gesticulava - que
você não vai mais estar perto de mim todos os dias! - afirmou triste.
Lena: Então, vamos fazer com que essa distância seja amenizada. - tirou
do pescoço sua corrrentinha de Nossa Senhora. Lena era uma das poucas brasileiras
do local, tinha uma fé incomum, um amor incomum.
Alicia: Não, é sua corrente favorita! - teimou.
Lena: Irá te acompanhar, nos fará ficar mais próximas, enquanto isto
estiver contigo você vai resistir, vai seguir em frente forte, sempre.
Um abraço, o coração disparada, estava sofrendo pela saudade desde
aquele momento, desde aquela despedida.
Lena: Agora vá, precisa trilhar seu caminho. - sorriu, enxugando as
lágrimas. - A vida é assim mesmo Ali, temos que abandonar certas coisas, para
ganhar outras e crescer faz parte. Um dia temos que seguir por nós mesmo,
entende? - pediu.
Alicia: Entendo e te agradeço por tudo, eu amo você! - foi assim que se
soltou dos braços dela e partiu em direção ao seu novo mundo.
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