14 de fevereiro de 2013

Capítulo 16 - Doce Urbano

 


NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Sitio de Antunes – Chegada - Tarde.
[Antunes, Antonio, Felipe e Bruno chegam até o sitio onde Antunes mantem crianças presas em treinamento. O sitio é cercado por um milharal já seco, cuja função é tampar a vista de um enorme casarão com muitos cômodos.]
Antunes: E então garotos? O que acharam da paisagem? Sejam bem-vindos ao seu novo lar. Doce lar!

AGORA...
Sitio de Antunes – Chegada - Tarde.
[Os garotos continuam calados. Antunes insiste.]
Antunes: Não vão me responder não? Bando de desnaturados. [Eles continuam calados. Antunes se abaixa e fica cara a cara com eles.] A partir de agora é tudo na rédea curta, estão vendo aquele casarão? Pois bem, ali quem manda é eu. Se me desobedecerem, eu mato, sem dó nem piedade. Faço de vocês o que quiserem, afinal, vocês são propriedades minhas. E a partir de hoje, me chamem de Senhor Antão. Entenderam?
Felipe: Sim, senhor Antão.
[Bruno continua calado. Antunes dá um tapa no rosto dele.]
Antunes: Entendeu?
Bruno: Sim... Entendi, senhor Antão.
Antunes: Excelente... É assim que eu gosto.
[Antunes abre a porta da caminhonete e pega uma algema. Ele prende os braços de Bruno e Felipe, um no outro]
Antunes: Leve eles para algum quarto vazio Antonio. Converso com eles depois.
Antonio: E quanto ao senhor?
Antunes: Eu vou fazer uma ronda e se der tempo passa na casa da Alexia.
Antonio: Vai divertir um pouco, né garanhão? Pode deixar que eu cuido deles.
[Antonio sai segurando Bruno e Felipe.]


Hospital Scott L. – Quarto de Zumira- Tarde.
[Zumira está no quarto, sozinha. Com um terço na mão, ela reza e faz uma prece.]
Zumira: [...] Te peço, que aonde quer que esteja, me escute. Sou fraca, errante e muito necessito da tua ajuda. Perdi tudo e todos que eu tinha, que olhavam por mim, agora, zele ao menos pelas almas deles.

Estrada/BR – Tarde.
[Enquanto Zumira reza, Antunes dirige em alta velocidade na BR e começa a sentir forte ardor pelo corpo, ele começa a apanhar, a ser surrado por algo que ele não consegue ver]
Antunes: Socorro! Me ajudem! Socorro!
[Ele bate no vidro da caminhonete tentado abrir mas não consegue. Algo o chicoteia, mas ele não consegue ver o que é. A caminhonete começa a rodopiar na pista, a seguir vários rumos, e os outros motoristas são obrigados a desviar]
Antunes: Me ajudem! Aaaah! Socorro!
[A pele de Antunes começa a minar sangue e a ficar extremamente marcada. A caminhonete bate em um outdoor e a surra cessa. Antunes consegue desligar a caminhonete. Ele encosta a cabeça no volante, quase desmaiando.]

Matagal – Casarão de Antunes – Tarde.
[Antônio entra com os garotos dentro do casarão, com muros altos e um enorme portão. No pátio diversos adolescentes conversam e olham maliciosamente para Bruno e Felipe. Antônio entra na casa com Bruno e Felipe e os deixam em um quarto, ele tira as algemas.]
Antônio: Vocês vão ficar aqui até a ordem do chefe.
Bruno: O que vocês vão fazer com a gente?
Antônio: Calma... Em breve vocês irão saber.
Felipe: Eu tô com sede. Quero água! [Felipe fala em tom severo. Antônio fecha a porta do quarto e vai tirando o cinco e abaixando as calças enquanto fala.]
Antônio: Tá com sede é? Que tal beber um leitinho quentinho do tio Antônio, hein?!
[Felipe cospe no rosto dele. Antônio retira com nojo o cuspe do rosto e sobe as calças.]
Antônio: Você vai se arrepender disso. [Ele abre a porta para sair e volta, chega bem perto de Felipe.] Você sabia que aqui tem leões? Não são bem aqueles leões reis da floresta, com juba e tudo mais não. Mas o chefe costuma chama-los de leões, eles são três grandes dobermanns que nós críamos no porão, lá no escuro, famintos, eles só comem de três em três dias, para ficarem bem esfomeados. Pense bem antes de ser a próxima refeição deles.
[Antônio sai e tranca a porta. Felipe e Bruno olham um para o outro, tristonhos e preocupados. O quarto é pequeno, tem um colchão no chão e uma janela pequena cercada de grades.]

Hospital Socott L. – Quarto de Zumira - Tarde.
[Zumira está no quarto, deitada na cama lendo uma revista do hospital. Neide chega com uma vasilha de sopa.]
Neide: Cheguei!
Zumira: Que bom... Já estava me sentindo sozinha.
Neide: Que nada! Fiz uma sopa deliciosa e ainda piquei o chuchu do jeito que você gosta. Sei que não é nem cinco horas direito, mas é sempre bom reforçar o estômago antes da janta.
Zumira: É verdade. Muito obrigado, por tudo que você está fazendo, por tudo mesmo!
Neide: Não tem nada Zumira... O que a gente não faz por uma boa amiga? Não é mesmo?
[Zumira dá uma leve risada]
Zumira: Eu gostaria de te pedir um pequeno, pequeno favor mesmo.
Neide: Diga! O que é?
Zumira: Preciso que consiga um jeito de trazer um repórter de TV até aqui. Eu tenho que desmascara a pessoa que me deixou nesse estado.
[Neide se espanta]
Neide: Tem certeza Zumira? Isso pode ser perigoso.
Zumira: Eu sei que é! Mas deve ser feito, nem que custe minha vida.

Matagal – Casarão de Antunes – Anoitecendo.
[Antunes chega até o casarão de táxi, ele desce do carro.]
Antunes: Vou te pagar por duas coisas, pela viagem e pra você esquecer que esteve aqui.
- Tudo bem chefia. Pode confiar...
Antunes: Ótimo!
[Antunes paga e o taxista vai embora. Antunes quase não consegue andar, todo dolorido, cheio de vergões e marcado, a roupa toda suja. Ele entra no pátio do casarão, todos os adolescentes o olham espantado, ele entra e já encontra Antônio.]
Antônio: Antão? O que foi cara? Quem te bateu?
Antão: O capeta Antônio. O capeta! Não tá vendo?


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3 comentários:

  1. muito boa...
    mas quero a paola

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  2. Gnt! Cadê a Paolla?

    Érica!

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  3. Pessoal, tenham só um pouquinho de calma. A Paolla volta em breve...

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