13 de abril de 2013

Inabalável - Capítulo 30



Pedro: O que você acha querida? É lógico que sim! Não achou suspeito Christopher esquecer o celular no hotel? Era tudo um plano para que você fosse pega sozinha... –ela o interrompeu.

Alicia: Então por que ele está aqui também? E desse jeito? – gesticulava.
Pedro: Não é óbvio? – ela negou. – O dopamos, para que parecesse machucado, assim se penalizaria e não tentaria nada! – seu coração pulsava forte. Olhava para Chris que nem se mexia. Não sabia no que acreditar e aquela história pra lá de absurda deixava-a cada vez mais confusa.
Alicia: Isso é loucura! – exclamou, enterrando a cabeça entre as mãos.
Pedro: Pode parecer, mas não é!

Alicia: Tire ele daqui, vamos! – gritou. Estava fora de si, havia perdido o juízo que a deixava no controle de si mesma. Sentia raiva de Chris, sentia raiva por não entender nada do que estava se passando.
Pedro: Olhe como fala. – repreendeu-a. Ela estremeceu quando ele se aproximou, levantando Chris e o levando dali. Olhou-o pela última vez, aquela encenação era boa demais e seus olhos não enxergavam a verdade, não por enquanto.
Gisele: E aí, ela acreditou? – pediu afoita.

Pedro: É lógico que sim! – rolou os olhos. – Agora temos que dar um jeito nele, precisamos jogar um contra o outro, aí sim ligarei para um contato muitíssimo especial, este virá pra cá, fazendo com que tudo fique ainda mais real. A luta irá começar e preparem os nosso seguidos, essa será a batalha final, pra anos de luta, esforço, determinação. Que vença os melhores, nós! – dizia aquilo com tanta certeza que qualquer inimigo o temeria. O problema daquilo tudo era que a principal inimiga, não tinha vontade nem motivo pra lutar.

Brasil, Casa dos Santiago.

Diana: Eu acho que não entendi o que você disse, pode repetir? – indagou indignada.
Jhon: Pedi, se quer abortar... – falou sucinto, deixando-a ainda mais enojada.

Diana: Eu não acredito que você está me propondo tamanha crueldade! Quem você pensa que eu sou? Qualquer uma com quem foi pra cama e fez com que a camisinha estourasse? – gritava. – Eu não fiz de propósito, eu não queria que as coisas tivessem acontecido dessa forma, mas infelizmente ou felizmente, ainda não parei para raciocinar de maneira coerente, esse bebê é um presente. Se não o quer assumir, não me faça qualquer tipo de proposta, que só pessoas de mente pequena e coração vazio são capazes de aceitar. – seus olhos ferviam de raiva. – Dentro de mim, gera-se um novo ser. Uma criança que trará muitas alegrias para mim, meu pai e minha família. Hoje, posso considerar que você foi um erro. Hoje, tenho a certeza que é o mesmo menino frio e galinha com quem convivi no começo de minha estadia nesta cidade...

Jhon: Calma, não precisa falar assim!
Diana: E como quer que eu fale? Me diga! Você está falando com a mulher que mais te ama neste mundo e que agora carrega um filho seu! – neste momento a porta da sala se abriu, o homem robusto que entrou, estava pálido, estático, completamente perplexo com o que acabara de ouvir.

Paulo: Como é que é? – ele pronunciou as palavras com dificuldade, enquanto aproximava-se dos jovens que naquele momento se mantinham sem reação.

Estados Unidos, Dallas.

Ele abriu os olhos devagar. Sentiu a claridade machucando-os. Tentou deduzir onde estava, nada pode. Quando foi tentar se levantar, sentiu o corpo preso. Estava amarrado. Fechou os olhos e os abriu mais uma vez na tentativa de melhorar a visão e quando realmente pode enxergar o que estava em sua frente, viu o pai, ali.
Ele sorriu de maneira debochada. Olhava para o menino como se o estivesse fazendo pagar todos os pecados, que pra ele, Christopher havia cometido.

Pedro: Até que enfim... – riu -, pensei que a princesa não fosse mais acordar!
Christopher: O que fez com ela seu louco?
Pedro: Eu estou tentando te defender... – rolou os olhos. – Deveria me agradecer sabia? Aquela menina é um perigo pra humanidade!

Christopher: Você merece ir pra um manicômio, afinal, nem na cadeia irão suportar tamanha loucura. Vamos, me diga o que você fez com ela. – o menino se debatia.

Pedro: Se existe alguém louco aqui, não sou eu! Essa menina é o fruto de toda essa discórdia. Se não fosse por ela, nós ganharíamos Chris, nós ganharíamos tudo. – via-se de longe que o homem estava consternado. Olhava fixamente para Chris. – Seu avó queria que nós fossemos um time, você sabia disso? Nós seríamos os melhores, mas uma mulher muda a vida da gente, nos faz cegos e eu... me apaixonei pela mulher de meu amigo Luiz. Sempre fui um homem de várias mulher, até aparecer Érika. Ela era a minha fonte de vida e de repente me vi perdido por ela. Perdi-a em uma noite qualquer para Antônio. E você vê como o mundo é pequeno, nosso inimigo Antônio que inclusive é pai dessa menina que você tanto quer... ela é nossa rival e a qualquer momento virá seu grupinho pra lutar contra nós! – dizia entre dentes. – Será que dá de entender? Vocês não podem ficar juntos! E se você ousar fazer alguma coisa eu mato você, ela e sua mãe! – Christopher não acreditava em tudo o que estava acontecendo. Ouvia tudo como se seu mundo fosse acabar.

Christopher: Você precisa de um tratamento psiquiátrico!
Pedro:E você de um choque de realidade! Acorda, só tem uma saída pra você e sua mamãe sobreviverem...
Christopher: E qual é?
Pedro: Matando a bastarda!

Perto dali, Alicia chorava. Pensava em tudo o que haviam passado e não podia acreditar que ele havia mentido. Pensava em como sua vida tinha mudado pra melhor, tirando a morte de Lena e não podia acreditar que tudo poderia acabar assim, do nada. Queria ter a chance de dizer para sua mãe que a amava, de dizer para Kate que ela era seu maior elo família e de amizade. Queria dizer pra Luiz, que melhor pai que ele nunca poderia existir. Queria dizer enfim, tantas coisas que deixara de lado. Tantas coisas tolas que o tempo apaga de nossa memória, mas não de nosso coração. Tantas coisas que podemos dizer agora e deixamos para um amanhã que nem sabemos se irá existir!

Brasil, Casa dos Lins.

Lucas estava pensativo naquele dia. Não tinha os conselhos de Ali e depois da conversa, ou melhor da briga com Kate estava de mal a pior. Sabia o que queria, mas não sabia como o faria. Queria a menina que sempre lhe tirou o fôlego, queria o amor tranquilo com que sempre sonhou, mas tinha um medo quase impossível de curar.

O que poderia fazer se suas ilusões eram muito maiores que aquilo? O que fazer se o medo que sentia, devastava toda sua vontade de ser feliz com a menina que tanto dizia amar, mas de nenhuma maneira demonstrava?

Sophia: Lucas, está tudo bem? – a menina que a pouco havia chegado, ficou preocupada com a maneira que o irmão se comportava.
Lucas: Importa-te? – enrugou a testa, questionando-a.
Sophia: É claro que sim, se não, não estaria aqui te perguntando! -exclamou.
Lucas: É que eu estou confuso!

Sophia: Sobre o quê? – indagou.
Lucas: Kate... – ela o interrompeu.
Sophia: Mas, está confuso por não saber o que sente?
Lucas:O pior que  não! – sorriu fraco. – Eu realmente sei o que sinto! Eu realmente sei o que quero, mas meu orgulho é maior que eu, me fere e quer ferir.

Sophia: Sei que não sou a melhor pessoa para dar conselhos. Sei também que falar de amor é bem diferente de sentir, mas é bem provável que amor, amor mesmo aconteçam poucas, ou quem sabe uma vez na vida, bem... – suspirou -, acredito que deva abraçar com todas as forças sua oportunidade de ser feliz. Algo te garanto, Kate ama-o muito e depende de ti querer ou não ser feliz, querer ou não faze-la feliz!

‘’ Abrace tua felicidade, foque nos seus sonhos, agarre as oportunidades e ame de verdade! ‘’

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