Serenidade - Capítulo 07

CAPÍTULO 07

FAZENDA

Mirela ajuda Lola a dobrar os cobertores do quarto, Mirela senta na cama e começa a fazer perguntas:

MIRELA- vó, a senhora gostava do meu avô?

LOLA- mas, mas minha neta que pergunta mais boba é essa que tá fazendo? Claro que eu gostava do seu avô, ele era um homem que hoje em dia nenhuma mulher reclamaria dele.

MIRELA- e vocês se conheceram onde?

LOLA- foi numa festa de convescote, eu estava ali com meu vestido rodado e ele se aproximou de mim, pegou nas minhas mãos e nós começamos a namorar, nos casamos e não tivemos nenhum filho pra deixar lembrança. Mas por essas perguntas minha neta? Por acaso está de olho em alguém? Não me diga que aquele moço mais velho abalou seu coraçãozinho?

MIRELA- para de bobeira vó, ele tem idade pra ser meu pai, mas não é não! É que às vezes eu sonho com um grande amor, mas tenho medo de ser abandonada por ele que nem meus pais me abandonaram quando eu era pequena.

LOLA- minha neta, já está na hora de você deixar o passado para trás, eu sei que não é fácil, mas não é impossível.

MIRELA- (continua) por que eles me abandonaram vó? O que eu tinha de errado para eles me deixarem?

LOLA- Mirela, algumas perguntas as vezes não tem respostas, mas o que você deve fazer agora, é erguer a sua cabeça, ser a moça incrível que você é, ser como qualquer outra pessoa, qualquer outra mulher, se o amor chegar, deixa ele falar mais alto... Eu sempre vou estar aqui ô (coloca a mão no coração) mesmo meu corpo não estando mais aqui.

MIRELA- para de falar essas coisas vó, eu não quero deixar nunca você, nunca! (elas se abraçam)

LOLA- minha neta, sempre temos que estar preparadas para tudo nesse mundo, todos nós viemos, mas voltamos.

Na prefeitura:

ALFREDO- por que tá nervosa mamãe? 

HERCÍLIA- eu não quero ver esse garoto na minha frente, não quero.

DANIEL- nem vou encostar em você não dona Hercília, mas fique sabendo que eu não sou qualquer um, posso ser seu filho, mas é como se não fosse, com licença.

Daniel sai e Alfredo também sai, Hercília senta-se na cadeira e continua a ler a carta:

CASA LOTÉRICA

Lucia pulava de alegria, pois acabara de ganhar vinte milhões de reais...

LUCIA- meu Deus  ganhei, eu nunca pensei que ganharia, mas ganhei, eu ganhei eu ganhei.

CASA DE STEFANO

Sofia preparava o almoço e Stefano abria a geladeira e pegava um copo de leite.

SOFIA- pai acabou o arroz e o açúcar!

STEFANO- uai, e por que vem me dizer isso?

SOFIA- pai eu não tenho dinheiro pra comprar comida, eu não trabalho.

STEFANO- viu, além de ter matado a sua mãe ainda é uma preguiçosa que só fica querendo ganhar dinheiro. Vai trabalhar Sofia.

Sofia deixa as panelas no fogo e sai correndo de casa e senta em um banco da praça, Daniel vai conversar com ela:

DANIEL- olá, tudo bem?

SOFIA- olá, mas não está nada bem.

DANIEL- e eu posso saber o por quê?

SOFIA- rapaz eu nem te conheço, não posso sair espalhando meus problemas a quatro ventos:

DANIEL- calma, só queria ajudar, desculpa.

SOFIA- ninguém pode me ajudar. Ninguém pode fazer meu pai gostar de mim, ninguém.

DANIEL- quem não gosta de mim é minha mãe.

SOFIA- eu e você nos encontramos e estamos juntos aqui discutindo sobre os nossos pais que não gosta da gente.

DANIEL- será o destino?

SOFIA- destino?!

Ambos se olham.