Kate encarava firmemente a irmã, não sabia o que aconteceria daquele momento em diante mas tinha a certeza de que tudo o que dissera havia valido á pena.
Kate: Você não vai falar nada? - arregalou os olhos, esperando uma resposta. Alicia apenas olhou-a e nada fez. Levantou-se, olhou para os próprios pés, andou de um lado para o outro e se pôs em frente de Kate. - Vamos diga alguma coisa! - insistiu.
Alicia: Eu preciso de um tempo, sozinha. - mordeu o lábio e saiu dali confusa.
Kate: Não Ali, espere! - afirmou, indo atrás da irmã.
Laura: Ei, o que está acontecendo aqui? - assim que abriu a porta, Kate foi interrompida pela madrasta. - O que você fez? - perguntou. - Porque ela estava chorando?
Kate: Porque... - gaguejou -, eu contei para ela a verdade! - os olhos sombrios, o coração acelerado, era cedo demais e ela não estava preparada para aquilo.
Laura: Porque você fez isso, você não tinha o direito Kate, não tinha. - gritou desesperada, logo Luiz estava ali, para apartar a briga.
Luiz: O que está acontecendo aqui? - pediu atônito.
Laura: Ela... - suspirou furiosa - contou para Alicia tudo, tudo o que nós tínhamos planejado para contar juntos!
Luiz: Mas porque você fez isso Kate? - encarou a menina.
Kate: Porque ela é minha irmã, minha. - apontava para si mesma. - Vocês não tem nada haver com ela... - chorava compulsivamente - Eu cansei de ser tratada como uma criança, vocês iriam enrolar, enrolar e não iriam falar para ela a verdade. - explicava - Quem estava brigada com ela era eu, não vocês!
Laura: Como assim ela não tem nada haver conosco? Luiz é seu pai, eu sou sua ''mãe''!
Kate: Você não é minha mãe! - gritou. - E além do mais, vocês nunca quiseram que nós nos descemos bem, sempre armando alguma coisa para nos separar... - Luiz interrompeu-a.
Luiz: Eu só fiz isso para proteger vocês, ou acha que era bom contar para ela tudo, após a morte de Érika, em? Por favor Kate, não fale besteira. - gesticulou negativamente.
Laura: E agora, o que fazemos? - pediu.
Luiz: Agora vamos deixá-la digerir tudo isso e depois nos resolvemos, quanto a você Kate, pense, pense muito bem em tudo o que falou... vai ver que não estamos tão errados assim.
Na área externa da casa, uma menina perambulava, perdida, sentindo-se sozinha enquanto tinha o mundo tudo conspirando ao seu favor, ganhara uma família, irmã, uma nova vida, mas quem disse que o ser humano pode entender da melhor maneira todas as imposições do seu caminho?
Casa dos Portmann.
Christopher não conseguia dormir, levantou-se da cama e seguiu até o quarto da mãe, olhou-a sorridente, feliz por vê-la viva. Não que estivesse em suas melhores condições, mas já era uma alegria enorme vela ali perto dele. Resolveu ir comer alguma coisa, olhou para o relógio e viu que já eram 7h00min. Adentrou na sala e encarou o lugar que fizera sua madrugada um terror. Lembrou-se do que vira anteriormente e uma corrente elétrica percorreu seu corpo. Subiu as escadas e voltou para o quarto da mãe.
Christopher: Mamãe, acordou? - olhou carinhoso para a mulher, que tentava manter os olhos abertos.
Carol: Oi meu filho... - sorriu.
Christopher: Como você está? - engoliu seco, ao ver uma lágrima percorrendo sua face.
Carol: Não sei, estou tão estranha, confusa. - disse.
Christopher: Como aquele louco pode fazer isto com você? - abaixou-se para ficar mais perto dela.
Carol: Eu ainda não sei, nem parecia ser o seu pai... - ele a interrompeu.
Christopher: E quem disse que é? Agora não o considero mais nada! - respondeu frio.
Carol: Não fale assim meu amor.
Christopher: Falo e prometo que vou tomar as providências necessárias, assim que estiver menos fraco iremos até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência.
Carol: Não Chris, eu não quero! - falou em um fio de voz.
Christopher: Como não? - perguntou atônito.
Carol: Eu não quero prestar queixa Chris... não quero!
Apartamento Gisele.
Estava tudo em silêncio, até que o celular da mulher tocou. Ela levantou-se, olhou o visor e viu o número do filho, estremeceu.
Gisele: O que você quer? - disse baixinho, Pedro não poderia acordar.
Henrique: Só te avisar que chego hoje mesmo aí!
Gisele: Como é que é? Você pirou?
Henrique: Não mamãe. - debochou. - Passei na faculdade, cursarei direito, consegui alugar um cantinho e o seu pesadelo começou, porque eu finalmente vou ficar pertinho de você!
Gisele: Isso é um absurdo, não disse que era para ficar aí com sua tia!
Henrique: Disse, mas agora eu sou maior de idade e bem, eu faço o que quiser! - afirmou. - Nós nos encontraremos, não se preocupe! - afirmou, desligando em seguida.
Gisele: Mas que droga, se o Pedro descobrir quem morre sou eu!
Pedro: Descobrir o que?
Casa dos Portmann.
Christopher: Você está louca mãe, como pode deixar isso passar em branco, olhe o seu estado. - levantou rápido, enquanto ia procurar um espelho. - Olhe para você! - ordenou. - Ele te machucou inteira, ele merece ser punido!
Carol: Ele é seu pai, é o homem que amo e além do mais, nós dois não sabemos do que ele é capaz, eu pelo menos, não sei! - olhou fria.
Christopher: Não importa, agora, você não vai denunciá-lo por medo? - pediu irritado.
Carol: Pela nossa proteção, é melhor que fiquemos quietos... - explicou.
Christopher: Eu só te digo uma coisa, você vai ter que escolher, porque se ele ficar nessa casa, quem vai embora sou eu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário