NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Estrada de
chão – Manhã.
Manu:
Hum... Eu adoro esse seu jeitinho meigo e inocente.
[Eles
começam a se beijar. Felipe aparece do nada, correndo, e bate de frente no capô
do carro. Manu se assusta.]
Manu:
Aaaaah! O que foi isso?
Menezes:
Não sei...
[Manu desce
correndo do carro e encontra Felipe desmaiado na frente do carro.]
Manu:
Meu Deus... É um garoto Menezes, um garoto!
[Manu e
Menezes se espantam]
AGORA...
Estrada de
chão – Manhã.
Manu: E agora? O que a gente faz?
Menezes: Eu sei lá... Não faço a mínima
ideia..
Manu: Tá certo que não passa ninguém
nessa estrada, mas não podemos deixa-lo sozinho aqui.
Menezes: Não podemos é deixa-lo com a
gente. Ficou doida Manu? Do mesmo jeito que ele apareceu ele pode desaparecer.
Manu: Doido ficou foi você Menezes. Já
pensou o que esse garoto pode estar passando?
Menezes: E o que você sugere?
Manu: Preciso de uma ajuda sua. Me
ajude a leva-lo até a Casa das Bonecas.
Manu: Casa das bonecas? Agora sim você
ficou doida. O que você acha que a Alexia vai pensar disso?
Manu: Eu sei o que eu estou fazendo...
Confia em mim. Vai me ajudar ou não?
Menezes: Tudo bem.
[Os dois pegam Felipe no colo, o
colocam no carro e saem]
Hospital Scott
L. – Manhã – Entrada.
[Alguns funcionários da funerária
passam com o corpo de Zumira em um caixão, eles estão cercados de seguranças.
Neide começa a gritar.]
Neide: Amiga! Devolvem a minha amiga!
Assassinos! Ela não morreu, não morreu. Zumira, volte!
Fazenda
Conquista – Manhã – Entrada.
[O dono – Venâncio – da fazenda
percebe que Antônio está em suas terras. Ele se aproxima.]
Venâncio: Bom dia, moço.
Antônio: Bom dia.
Venâncio: Te conheço?
Antônio: Creio eu que não. Mas, deixe-me
apresentar. Jeremias, ao seu dispor. [Ele
estende a mão.]
Venâncio: E o que o senhor está fazendo
aqui na minha fazenda?
Antônio: Meus peões deixaram dois cavalos
escaparem de uma transportação nossa, pensei que eles pudessem estar por aqui.
Venâncio: Pensou mal. E por aqui não temos
o costume de invadir terras sem autorização.
Antônio: Mil perdões. Eu já estou de
saída.
[Antônio sai]
Hospital Scott
L. – Manhã – Entrada.
[Os
funcionários da funerária vão colocando o caixão dentro do carro e Neide
continua a escandalizar.]
Neide: Eu
vou com vocês. Não quero saber, vou aonde vocês forem. Não é justo que me
impeçam de ver a minha única amiga.
[Ela chora,
um dos funcionários a empurra para longe]
Funcionário:
Eu acho melhor a senhora sair de perto. Vá embora!
Neide:
Não vou! Ninguém vai me impedir!
[Os
funcionários entram no carro e saem deixando Neide sozinha. Marques, que
observava de longe, se aproxima]
Marques:
Com licença.
Neide:
O que foi? Vai querer me esnobar também? Me deixa em paz.
Marques:
Calma... Você nem me conhece.
Neide:
É por isso mesmo, a única que eu conhecia e confiava morreu e eu nem sei como.
[Marques
enfia a mão no bolso e retira um cartão-visita.]
Marques: Esse
aqui é o endereço da funerária. Eu conheço lá. Quem sabe você não consegue
retirar alguma informação de em que cemitério sua amiga está.
[Ela pega o
cartão]
Neide:
Obrigada.
Marques:
Tudo bem, só não conte nada a ninguém, por favor.
Casa das
Bonecas – Manhã – Sala.
[Manu e
Menezes chegam com Felipe nos ombros, ainda desmaiado. A Casa das Bonecas é um
prostíbulo bastante frequentado, em uma zona longe da cidade. Há diversas
mulheres se arrumando, outras arrumando o local, todas olham para Manu e
Menezes.]
Manu: Tudo
bem Menezes, obrigado.
Menezes:
Posso ir?
Manu:
Pode. Obrigado por ter me ajudado a trazê-lo.
[Ele
balança a cabeça e sai. Todas as garotas ainda olham fixamente para Manu.]
Manu: O
que foi gente? Por que estão me olhando assim? Morreu alguém...
Rachel:
Você agora tá fazendo serviço para crianças?
Manu:
Não Rachel. Eu só estou ajudando.
Rachel:
É bem a sua cara mesmo, agora além de trapaceira é pedófila.
Manu:
Escuta aqui minha filha, se eu pegar essa sua cara, eu...
[Glória
interrompe]
Glória:
Vamos parar com essa briguinha de marica!
[Elas
calam]
Manu:
Cadê a Alexia?
Glória:
Tá no quarto seis.
Manu:
Tem cliente lá?
Glória:
Não, ela está sozinha. Ainda não abrimos.
Manu:
Aham...
[Manu sobe
as escadas com Felipe apoiado no ombro. Glória conversa com Rachel.]
Glória:
Você tá mexendo com a pessoa errada.
Rachel:
Ah, estou? E quem é essa pessoa errada? Porque agora eu não vi nada.
Glória:
Você vai ver... [As duas se entreolham]
Circulando pessoal, circulando!
Cemitério –
Tarde.
[Dois
homens jogam o caixão e jogam terra em cima. Eles terminam o serviço.]
Casa das
Bonecas – Tarde– Quarto.
[Alexia
está se maquiando de frente ao espelho, Manu entra.]
Manu:
Com licença, Alexia.
Alexia:
Manu? E então, como foi com o Menezes.
Manu:
Bem, sempre é muito bem. Mas, na verdade eu vim aqui falar sobre outra coisa.
Alexia:
Pois diga.
[Alexia
conversa de costas para Manu, de frente o espelho]
Manu:
Lembra quando eu fiquei grávida e precisei abortar.
Alexia:
De novo esse assunto Manuella? Você bem sabe que garotas de programa não podem
ficar grávidas, é prejuízo.
Manu:
Não, tudo bem. Eu entendi...
Alexia:
Então, qual é a pergunta?
Manu:
Quero te pedir para deixa-lo ficar por um tempo.
Alexia:
Ele quem? O Menezes?
Manu:
Não... Ele...
[Ela aponta
para Felipe, escorado na parede, ainda desmaiado. Alexia vira e olha diretamente
para ele.]
Alexia:
Ele? Um menino?
[Alexia se
assusta]
O trabalho Doce Urbano de Sadrack Oliveira Alves foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
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