23 de fevereiro de 2013

Capítulo 24 - Doce Urbano





NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Estrada de chão – Manhã.
Manu: Hum... Eu adoro esse seu jeitinho meigo e inocente.
[Eles começam a se beijar. Felipe aparece do nada, correndo, e bate de frente no capô do carro. Manu se assusta.]
Manu: Aaaaah! O que foi isso?
Menezes: Não sei...
[Manu desce correndo do carro e encontra Felipe desmaiado na frente do carro.]
Manu: Meu Deus... É um garoto Menezes, um garoto!
[Manu e Menezes se espantam]

AGORA...
Estrada de chão – Manhã.
Manu: E agora? O que a gente faz?
Menezes: Eu sei lá... Não faço a mínima ideia..
Manu: Tá certo que não passa ninguém nessa estrada, mas não podemos deixa-lo sozinho aqui.
Menezes: Não podemos é deixa-lo com a gente. Ficou doida Manu? Do mesmo jeito que ele apareceu ele pode desaparecer.
Manu: Doido ficou foi você Menezes. Já pensou o que esse garoto pode estar passando?
Menezes: E o que você sugere?
Manu: Preciso de uma ajuda sua. Me ajude a leva-lo até a Casa das Bonecas.
Manu: Casa das bonecas? Agora sim você ficou doida. O que você acha que a Alexia vai pensar disso?
Manu: Eu sei o que eu estou fazendo... Confia em mim. Vai me ajudar ou não?
Menezes: Tudo bem.
[Os dois pegam Felipe no colo, o colocam no carro e saem]


Hospital Scott L. – Manhã – Entrada.
[Alguns funcionários da funerária passam com o corpo de Zumira em um caixão, eles estão cercados de seguranças. Neide começa a gritar.]
Neide: Amiga! Devolvem a minha amiga! Assassinos! Ela não morreu, não morreu. Zumira, volte!

Fazenda Conquista – Manhã – Entrada.
[O dono – Venâncio – da fazenda percebe que Antônio está em suas terras. Ele se aproxima.]
Venâncio: Bom dia, moço.
Antônio: Bom dia.
Venâncio: Te conheço?
Antônio: Creio eu que não. Mas, deixe-me apresentar. Jeremias, ao seu dispor. [Ele estende a mão.]
Venâncio: E o que o senhor está fazendo aqui na minha fazenda?
Antônio: Meus peões deixaram dois cavalos escaparem de uma transportação nossa, pensei que eles pudessem estar por aqui.
Venâncio: Pensou mal. E por aqui não temos o costume de invadir terras sem autorização.
Antônio: Mil perdões. Eu já estou de saída.
[Antônio sai]

Hospital Scott L. – Manhã – Entrada.
[Os funcionários da funerária vão colocando o caixão dentro do carro e Neide continua a escandalizar.]
Neide: Eu vou com vocês. Não quero saber, vou aonde vocês forem. Não é justo que me impeçam de ver a minha única amiga.
[Ela chora, um dos funcionários a empurra para longe]
Funcionário: Eu acho melhor a senhora sair de perto. Vá embora!
Neide: Não vou! Ninguém vai me impedir!
[Os funcionários entram no carro e saem deixando Neide sozinha. Marques, que observava de longe, se aproxima]
Marques: Com licença.
Neide: O que foi? Vai querer me esnobar também? Me deixa em paz.
Marques: Calma... Você nem me conhece.
Neide: É por isso mesmo, a única que eu conhecia e confiava morreu e eu nem sei como.
[Marques enfia a mão no bolso e retira um cartão-visita.]
Marques: Esse aqui é o endereço da funerária. Eu conheço lá. Quem sabe você não consegue retirar alguma informação de em que cemitério sua amiga está.
[Ela pega o cartão]
Neide: Obrigada.
Marques: Tudo bem, só não conte nada a ninguém, por favor.

Casa das Bonecas – Manhã – Sala.
[Manu e Menezes chegam com Felipe nos ombros, ainda desmaiado. A Casa das Bonecas é um prostíbulo bastante frequentado, em uma zona longe da cidade. Há diversas mulheres se arrumando, outras arrumando o local, todas olham para Manu e Menezes.]
Manu: Tudo bem Menezes, obrigado.
Menezes: Posso ir?
Manu: Pode. Obrigado por ter me ajudado a trazê-lo.
[Ele balança a cabeça e sai. Todas as garotas ainda olham fixamente para Manu.]
Manu: O que foi gente? Por que estão me olhando assim? Morreu alguém...
Rachel: Você agora tá fazendo serviço para crianças?
Manu: Não Rachel. Eu só estou ajudando.
Rachel: É bem a sua cara mesmo, agora além de trapaceira é pedófila.
Manu: Escuta aqui minha filha, se eu pegar essa sua cara, eu...
[Glória interrompe]
Glória: Vamos parar com essa briguinha de marica!
[Elas calam]
Manu: Cadê a Alexia?
Glória: Tá no quarto seis.
Manu: Tem cliente lá?
Glória: Não, ela está sozinha. Ainda não abrimos.
Manu: Aham...
[Manu sobe as escadas com Felipe apoiado no ombro. Glória conversa com Rachel.]
Glória: Você tá mexendo com a pessoa errada.
Rachel: Ah, estou? E quem é essa pessoa errada? Porque agora eu não vi nada.
Glória: Você vai ver... [As duas se entreolham] Circulando pessoal, circulando!

Cemitério – Tarde.
[Dois homens jogam o caixão e jogam terra em cima. Eles terminam o serviço.]

Casa das Bonecas – Tarde– Quarto.
[Alexia está se maquiando de frente ao espelho, Manu entra.]
Manu: Com licença, Alexia.
Alexia: Manu? E então, como foi com o Menezes.
Manu: Bem, sempre é muito bem. Mas, na verdade eu vim aqui falar sobre outra coisa.
Alexia: Pois diga.
[Alexia conversa de costas para Manu, de frente o espelho]
Manu: Lembra quando eu fiquei grávida e precisei abortar.
Alexia: De novo esse assunto Manuella? Você bem sabe que garotas de programa não podem ficar grávidas, é prejuízo.
Manu: Não, tudo bem. Eu entendi...
Alexia: Então, qual é a pergunta?
Manu: Quero te pedir para deixa-lo ficar por um tempo.
Alexia: Ele quem? O Menezes?
Manu: Não... Ele...
[Ela aponta para Felipe, escorado na parede, ainda desmaiado. Alexia vira e olha diretamente para ele.]
Alexia: Ele? Um menino?
[Alexia se assusta]


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