NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Hospital Scott
L. – Manhã – Quarto de Zumira.
Salvatore:
Agora, eu vou aplicar uma injeção em você. É apenas um calmante, para passar o
estresse.
Zumira:
Estou mesmo precisando.
Salvatore:
Então eu adivinhei mesmo. Relaxe que eu vou aplicar.
[Ele injeta
o liquido nela, a reação é questão de segundos.]
Zumira:
Nossa! Eu não estou me sentindo bem...
Salvatore:
O que houve?
Zumira:
Meus ouvidos estão zunindo muito, meu corpo parece que está formigando, não
consigo manter os olhos abertos.
[As
palavras dela vão sumindo, até que ela se apaga de vez. Salvatore liga para
Antunes.]
Salvatore: Alô,
Antunes? Salvatore. Sim. Serviço cumprido. Ótimo! Mande o caixão o mais rápido
que puder. A defunta já está pronta!
AGORA...
Milharal –
Manhã.
[Felipe
corre tentando chegar ao outro lado do milharal. Antônio volta por onde veio,
sai do milharal e chega ate a BR.]
Antônio: Se
ele quer correr, eu vou ensina-lo como se faz. A mamãezinha dele deu asas
demais e não o ensinou a voar. [Ele ri
alto. Vai até o carro, pega um galão com gasolina e espalha em algumas partes
do milharal, ele ateia fogo e fica observando na BR]
Antônio:
Agora eu quero ver você correndo, traste! [Ele
grita]
[Felipe
percebe que o fogo está se alastrando e corre mais ainda]
[Antonio entra no carro e segue em
direção a fazenda onde o milharal começa, a fim de encontrar Felipe.]
Hospital Scott
L. – Manhã – Corredores.
[O alarme
do hospital soa indicando que alguém morreu. Salvatore sai da sala de diretoria
fingindo estar preocupado e encontra uma enfermeira – Judith.]
Salvatore: Que
barulho é esse? O que houve?
Judith:
O alarme do quarto 67 soou. Provavelmente alguém deve ter morrido.
Salvatore:
Zumira...
Judith:
Como o senhor sabe?
Salvatore:
Um parente distante dela esteve aqui ontem e já está tudo pago quanto ao
funeral.
Judith:
Parente? Mas e aquela amiga que visitava ela todos os dias?
Salvatore:
Faz dias que ela não aparece.
Casarão de
Antunes – Tarde – Entrada.
[Antunes
chega de carro com Bruno, Marques – capanga – está no portão do casarão.]
Marques: Bom
dia, senhor.
Antunes:
Bom dia uma ova. Cadê aquele desgraçado do Antonio que eu ligo o telefone dele
e não dá nada?
Marques:
Ele veio aqui no casarão, pegou um dos carros e saiu à procura daquele outro
garoto.
Antunes:
Imbecil! O Antonio não faz nada que preste! Por que não deixou o garoto
escapar? Ele dá bandeira demais, se os tiras pega ele, eu não movo um dedo para
salvá-lo.
Marques:
Sei...
Antunes:
Não, não sabe bosta nenhuma. Falando nisso, eu preciso de um serviço seu.
Marques:
O que é?
Antunes:
Vá até a cidade, passe na funerária e compre um caixão. Depois vá até o
hospital na baixada da praça e peça para falar com o diretor, Salvatore Réner.
[Marques
parece não entender]
Marques:
Caixão? Mas pra que?
Antunes:
Cala a boca e vá logo Marques, vira homem ao menos uma vez na vida. E se você
mijar na isca, fizer qualquer besteira, eu te mato, seja onde você estiver. Me
ouviu bem?
[Marques
engole seco.]
Marques:
Sim, senhor.
[Antunes e
Bruno entram.]
Hospital Scott
L. – Manhã – Entrada.
[A entrada
do hospital está muito movimentada. Jornalistas chegam para cobrir a morte de
Zumira. Os seguranças barram a entrada. Neide se aproxima com uma marmita nos
braços.]
Neide:
Que diabos está acontecendo aqui meu Deus?
[Ela
conversa com um repórter]
Neide:
Com licença moço, o que vocês estão fazendo aqui?
Repórter:
Estamos tentando fazer uma matéria sobre a morte de uma mulher, mas os
seguranças não nos deixam entrar.
Neide:
Mulher? Que mulher é essa?
Repórter:
Aquela moradora do lixão que fez um escândalo duas vezes na TV.
Neide:
Como é que é? O senhor tem certeza disso?
Repórter:
Tenho sim. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Neide:
Não pode ser...
[Neide fica
preocupada, sem saber o que fazer. Ela se aproxima dos seguranças e começa a
gritar.]
Neide:
Eu quero entrar. Me deixem entrar. Zumira! Zumira! Cadê você? Me deixem entrar!
Eu quero ver a minha amiga. Zumira!
Estrada –
Manhã.
[Marques –
capanga de Antunes – está dirigindo rumo á cidade, pensativo.]
- Flashback –
Antunes:
Não, não sabe bosta nenhuma. Falando nisso, eu preciso de um serviço seu. Vá
até a cidade, passe na funerária e compre um caixão. Depois vá até o hospital
na baixada da praça e peça para falar com o diretor, Salvatore Réner. Cala a
boca e vá logo Marques, vira homem ao menos uma vez na vida. E se você mijar na
isca, fizer qualquer besteira, eu te mato, seja onde você estiver. Me ouviu
bem?
- Flashback –
[Marques
freia o carro rapidamente.]
Marques:
Eu não posso estar fazendo a coisa certa... [Ele fica pensativo.] Mas, em compensação, se eu não fizer, estou
morto. Seja o que Deus quiser... [Ele
começa a andar novamente]
Milharal –
Manhã.
[Felipe
consegue sair em outra estrada, longe de Antônio, ele sai em uma estrada de
chão. Ele está todo cansado, quase desmaiando.]
Estrada de
chão – Manhã.
[Manu – uma
prostituta – conversa com seu cliente – Menezes – dentro do carro em uma
estrada de chão com nenhum movimento]
Menezes:
Você tem que entender gata. Você é gostosa, cheirosa e me deixa louco, mas...
Manu:
Mas o quê Menezes? Mas o que? Até agora eu não to te entendendo.
Menezes:
Se minha esposa nos pega em casa eu perco meu emprego.
Manu:
Mas e sua empresa?
Menezes:
Está no nome dela. Se ela descobre que eu transo com outra mulher que não seja
ela, eu saio de casa com uma mão na frente e outra atrás.
Manu:
Hum... Eu adoro esse seu jeitinho meigo e inocente.
[Eles
começam a se beijar. Felipe aparece do nada, correndo, e bate de frente no capô
do carro. Manu se assusta.]
Manu:
Aaaaah! O que foi isso?
Menezes:
Não sei...
[Manu desce
correndo do carro e encontra Felipe desmaiado na frente do carro.]
Manu:
Meu Deus... É um garoto Menezes, um garoto!
[Manu e
Menezes se espantam]
O trabalho Doce Urbano de Sadrack Oliveira Alves foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
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