22 de fevereiro de 2013

Capítulo 23 - Doce Urbano



 
NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Hospital Scott L. – Manhã – Quarto de Zumira.
Salvatore: Agora, eu vou aplicar uma injeção em você. É apenas um calmante, para passar o estresse.
Zumira: Estou mesmo precisando.
Salvatore: Então eu adivinhei mesmo. Relaxe que eu vou aplicar.
[Ele injeta o liquido nela, a reação é questão de segundos.]
Zumira: Nossa! Eu não estou me sentindo bem...
Salvatore: O que houve?
Zumira: Meus ouvidos estão zunindo muito, meu corpo parece que está formigando, não consigo manter os olhos abertos.
[As palavras dela vão sumindo, até que ela se apaga de vez. Salvatore liga para Antunes.]
Salvatore: Alô, Antunes? Salvatore. Sim. Serviço cumprido. Ótimo! Mande o caixão o mais rápido que puder. A defunta já está pronta!

AGORA...
Milharal – Manhã.
[Felipe corre tentando chegar ao outro lado do milharal. Antônio volta por onde veio, sai do milharal e chega ate a BR.]
Antônio: Se ele quer correr, eu vou ensina-lo como se faz. A mamãezinha dele deu asas demais e não o ensinou a voar. [Ele ri alto. Vai até o carro, pega um galão com gasolina e espalha em algumas partes do milharal, ele ateia fogo e fica observando na BR]
Antônio: Agora eu quero ver você correndo, traste! [Ele grita]
[Felipe percebe que o fogo está se alastrando e corre mais ainda]
[Antonio entra no carro e segue em direção a fazenda onde o milharal começa, a fim de encontrar Felipe.]


Hospital Scott L. – Manhã – Corredores.
[O alarme do hospital soa indicando que alguém morreu. Salvatore sai da sala de diretoria fingindo estar preocupado e encontra uma enfermeira – Judith.]
Salvatore: Que barulho é esse? O que houve?
Judith: O alarme do quarto 67 soou. Provavelmente alguém deve ter morrido.
Salvatore: Zumira...
Judith: Como o senhor sabe?
Salvatore: Um parente distante dela esteve aqui ontem e já está tudo pago quanto ao funeral.
Judith: Parente? Mas e aquela amiga que visitava ela todos os dias?
Salvatore: Faz dias que ela não aparece.

Casarão de Antunes – Tarde – Entrada.
[Antunes chega de carro com Bruno, Marques – capanga – está no portão do casarão.]
Marques: Bom dia, senhor.
Antunes: Bom dia uma ova. Cadê aquele desgraçado do Antonio que eu ligo o telefone dele e não dá nada?
Marques: Ele veio aqui no casarão, pegou um dos carros e saiu à procura daquele outro garoto.
Antunes: Imbecil! O Antonio não faz nada que preste! Por que não deixou o garoto escapar? Ele dá bandeira demais, se os tiras pega ele, eu não movo um dedo para salvá-lo.
Marques: Sei...
Antunes: Não, não sabe bosta nenhuma. Falando nisso, eu preciso de um serviço seu.
Marques: O que é?
Antunes: Vá até a cidade, passe na funerária e compre um caixão. Depois vá até o hospital na baixada da praça e peça para falar com o diretor, Salvatore Réner.
[Marques parece não entender]
Marques: Caixão? Mas pra que?
Antunes: Cala a boca e vá logo Marques, vira homem ao menos uma vez na vida. E se você mijar na isca, fizer qualquer besteira, eu te mato, seja onde você estiver. Me ouviu bem?
[Marques engole seco.]
Marques: Sim, senhor.
[Antunes e Bruno entram.]

Hospital Scott L. – Manhã – Entrada.
[A entrada do hospital está muito movimentada. Jornalistas chegam para cobrir a morte de Zumira. Os seguranças barram a entrada. Neide se aproxima com uma marmita nos braços.]
Neide: Que diabos está acontecendo aqui meu Deus?
[Ela conversa com um repórter]
Neide: Com licença moço, o que vocês estão fazendo aqui?
Repórter: Estamos tentando fazer uma matéria sobre a morte de uma mulher, mas os seguranças não nos deixam entrar.
Neide: Mulher? Que mulher é essa?
Repórter: Aquela moradora do lixão que fez um escândalo duas vezes na TV.
Neide: Como é que é? O senhor tem certeza disso?
Repórter: Tenho sim. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Neide: Não pode ser...
[Neide fica preocupada, sem saber o que fazer. Ela se aproxima dos seguranças e começa a gritar.]
Neide: Eu quero entrar. Me deixem entrar. Zumira! Zumira! Cadê você? Me deixem entrar! Eu quero ver a minha amiga. Zumira!

Estrada – Manhã.
[Marques – capanga de Antunes – está dirigindo rumo á cidade, pensativo.]
- Flashback –
Antunes: Não, não sabe bosta nenhuma. Falando nisso, eu preciso de um serviço seu. Vá até a cidade, passe na funerária e compre um caixão. Depois vá até o hospital na baixada da praça e peça para falar com o diretor, Salvatore Réner. Cala a boca e vá logo Marques, vira homem ao menos uma vez na vida. E se você mijar na isca, fizer qualquer besteira, eu te mato, seja onde você estiver. Me ouviu bem?
- Flashback –
[Marques freia o carro rapidamente.]
Marques: Eu não posso estar fazendo a coisa certa... [Ele fica pensativo.] Mas, em compensação, se eu não fizer, estou morto. Seja o que Deus quiser... [Ele começa a andar novamente]

Milharal – Manhã.
[Felipe consegue sair em outra estrada, longe de Antônio, ele sai em uma estrada de chão. Ele está todo cansado, quase desmaiando.]

Estrada de chão – Manhã.
[Manu – uma prostituta – conversa com seu cliente – Menezes – dentro do carro em uma estrada de chão com nenhum movimento]
Menezes: Você tem que entender gata. Você é gostosa, cheirosa e me deixa louco, mas...
Manu: Mas o quê Menezes? Mas o que? Até agora eu não to te entendendo.
Menezes: Se minha esposa nos pega em casa eu perco meu emprego.
Manu: Mas e sua empresa?
Menezes: Está no nome dela. Se ela descobre que eu transo com outra mulher que não seja ela, eu saio de casa com uma mão na frente e outra atrás.
Manu: Hum... Eu adoro esse seu jeitinho meigo e inocente.
[Eles começam a se beijar. Felipe aparece do nada, correndo, e bate de frente no capô do carro. Manu se assusta.]
Manu: Aaaaah! O que foi isso?
Menezes: Não sei...
[Manu desce correndo do carro e encontra Felipe desmaiado na frente do carro.]
Manu: Meu Deus... É um garoto Menezes, um garoto!
[Manu e Menezes se espantam]

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