21 de outubro de 2012

No Ar: "Coluna Ricardo Vitorino" Edição #03 - Tema: "Avenida Brasil"

Está no Ar a "Coluna Ricardo Vitorino". Boa Noite á todos os leitores. neste domingo iremos falar do assunto mais comentado da semana o fim de "Avenida Brasil" novela exibida pela Rede Globo.


Com um início meio lento e com um pé no freio mais pesado que o que marcou toda sua trajetória, 'Avenida Brasil' teve, em episódio derradeiro, a confirmação de todos os sinais que foi deixando pelo caminho, sendo moldado um belo melodrama bem recheado de vingança, com personagens bem elaborados, um elenco muito afinado, um roteiro na medida do possível, ágil e sofisticado pelas mãos de João Emanuel Carneiro escritor da novela.
Sendo assim, ao assumir nuances tradicionais na teledramaturgia (conflitos, crises, reviravoltas, clímax), coube a 'Avenida Brasil' nos brindar com a redenção de sua maior vilã. Carminha, se inserida em uma novela comprometida com a 'inovação', talvez se mantivesse como baluarte da maldade até o fim, sem concessões. Mas, ao contrário do que muitos pensavam (ou gostariam que fosse a realidade), João Emanuel Carneiro tinha um compromisso com os clichês, sendo sua maior missão a reciclagem dos mesmos, transformando ganchos, situações e catarses em contextos de identificação com o público, mas sem subestimar sua inteligência. Nascendo assim uma trama popular, de alta carga dramática, sagaz e um tanto óbvia. Como um melodrama ideal deve ser.
 Mas de um jeito especial, único: por exemplo, com uma Adriana Esteves 'monstra' em cena, recebendo um abraço de sua pior inimiga, em seu ápice da redenção. Anticlimático para alguns, mas coerente com toda a proposta da novela. 
Poderia até ser aceitável esperar um final surpreendente para 'Avenida Brasil', mas não seria, no mínimo, justo com seu autor, que, durante seis meses, nos deu uma aula de conservadorismo narrativo, apegado à velha fórmula melodramática, mas com a capacidade de injetar vida nova a um gênero que parecia desgastado.
Quando dizemos que, com 'Avenida Brasil', algo mudou na história da teledramaturgia, muito mais estamos nos referindo a uma nova roupagem dada aos nossos folhetins do que a qualquer invencionice de roteiro que tenha sido criada por João Emanuel. Agora, depois de 'Avenida Brasil', nosso nível de exigência sobe. Não que queiramos experimentações na telinha do horário nobre. Queremos, a partir de agora, pelo menos, clichês de primeira grandeza, como os que nos foram concedidos por 'Avenida Brasil'.

Agora veremos uma analise feita para "Avenida Brasil"
Analise:

Criação Visual: 10,0
( Abertura, Tema de Abertura, Enceramento de Capítulos)

Elenco: 10,0
(Perfeito, sincronizado, de peso)

Audiência: 9,0
( Os índices da novela foram bem expressivos, porém antecessoras como Fina Estampa tiveram mesmo desempenho, 39 de média)


Final: 7,0
(O arrependimento de Carminha foi tido como esperado, mas se mostrou contraditório por estar associado à personagem mais odiada pela então vilã da trama. Carminha também afirmou que adorava morar com a família e que amava Tufão, porém, durante todo o desenrolar da estória, disse ser casada com um "paspalho" e se referia à sua família por "toupeiras". Além de incoerências subjetivas, houve erros crassos, perguntas sem respostas e personagens esquecidos. Entre eles, está Santiago, que teve sua cena final em um aeroporto donde fugiria para o Uruguai, mas foi impedido por Carminha, que lhe disparou um tiro na perna e libertou os reféns Nina e Jorginho, sendo essa a última cena em que o personagem aparece, sem esclarecer qual foi o seu destino.)

Repercussão: 10,0
( A novela certamente caiu na boca do povo, bordões e hits marcaram a trama. Resultado disso, foi o faturamento recorde de 2 bilhões de reais)

Minha nota para a Novela
Avenida Brasil é:
... 9 ...

Uma Realização
Ricardo Vitorino



*Uma Coluna idealizada e escrita por Ricardo Vitorino.




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