30 de abril de 2013

Inabalável - Último Capítulo


Juiz: Estamos todos reunidos para o julgamento de Christopher Portmann. – haviam algumas pessoas na audiência. Luiz vira para ajudar o menino e assim, não deixa-lo sozinho. Carol também estava ali.

Durante esses dois meses, muitas coisas ruins sobre a seita de Pedro foram descobertas, o que ajudou no julgamento de Gisele e Humberto que por um bom tempo ficariam presos. Louise e George, também ficariam presos, mas por menos tempo. Já Chris agora dependia apenas, de si mesmo e da compreensão do juiz.

Juiz: Creio que o senhor deveria nos contar como tudo aconteceu. – Christopher assentiu.

A história era longa. Improvável demais, quem sabe nem tanto, mas um pouco complicada para ser esclarecida. Estava nervoso, palpitava. A ansiedade quase não deixava com que as palavras saíssem pela sua boca, mesmo assim esforçou-se ao máximo.

Juiz: Mas, porque atirou nele? Sim, já está bem especificado todas as coisas ruins que seu pai fez, mas enfim, ele era seu pai! Acredito que seja fria e calculista a maneira como agiu. – franziu o cenho.

Christopher: Não é óbvio? Ele tinha atirado na minha namorada e além do mais, você imagina tamanha tragédia que aconteceria se eu não fizesse o que fiz? Eram seitas rivais, como ela foi atacada, o próximo com certeza seria eu, só tinha um jeito de parar com toda aquela briga... eu atirar nele. – soletrou a frase demoradamente. - Confesso que no momento em que tudo aconteceu, eu não pensei nas consequências que tal ato me traria. – baixou a cabeça, sentindo uma lágrima escorrer pela sua face. – De verdade? Eu não tinha outra opção. Era matar ou morrer, na verdade já estava morto. Alicia estava ali – gesticulava -, em minha frente ensanguentada. Tinha que fazer algo, certo ou errado, o fiz!

Juiz: Quinze minutos de recesso e eu trago o parecer final. – saiu de sua bancada.

Chris foi até a mãe, abraçando-a.
Christopher: Perdoe-me por qualquer coisa, saiba que eu te amo e que a única coisa que eu queria era poder ficar mais tempo com você mãe!
Carol: Eu também meu filho, desculpe qualquer coisa, eu te amo muito meu amor. Muitíssimo mesmo! – exclamou. – Vai dar tudo certo e quando nós sairmos daqui, encontrará sua paz novamente.

Não entendeu muito bem o que aquilo que a mulher falara significava, estava tão afoito. Inexplicavelmente ansioso, também não poderia ser diferente. Quando viu o juiz adentrar na sala, estremeceu.

Juiz: Todos de pé para o veredito final. – a entonação em sua voz fez Chris gelar. Ele olhou para mãe e Luiz pela última vez e respirou fundo.  Viu todas aquelas pessoas encarando-o. Algumas com um olhar de piedade, outras com olhar de desconfiança.Pena ninguém imaginar o que ele naquele momento sentia, afinal, ninguém nunca imaginaria.

Juiz: Depois de anos atrás das famosas seitas que amedrontavam as redondezas de nossa querida Dallas, por fim o caso está solucionado, infelizmente com um fim trágico. – pausou demoradamente. – Acredito que a culpa não fora nem sua Christopher, nem de Alicia. Infelizmente, tudo aconteceu nas costas de vocês, que não sabiam de nada e quando souberam, enfim, era tarde demais. Se novamente, for visto vestígio de qualquer briga ou paralelo entre os dois ‘’movimentos’’, este júri vira novamente á tona. 

Neste dia, julgo-te inocente. Está livre! – um sorriso brotou em seus lábios.
Sentia-se como um pássaro, queria viver a liberdade, a sua liberdade. Queria voltar para o seu país, ver a sua Alicia e assim tentar ser feliz novamente.

A seção estava encerrada e os dias de tristeza e tortura, pelo que pareciam, também. Correu para abraçar a mãe, finalmente a justiça foi feita pra eles, depois de tanto tempo.

Carol: Graças á Deus meu filho, graças á Deus. – afagava o cabelo do menino com afeto.
Luiz: Nós sabíamos que daria tudo certo, agora vamos que uma surpresa te aguarda!

Seguiram ligeiramente até o aeroporto. Foram horas de viagem, mas, ótimas horas de viagem.   Afinal, estava voltando para casa e nada era melhor que aquilo.

Oito horas da noite. Chegaram ao seu destino final. Laura os esperava no aeroporto.  Quando adentraram no carro, Chris percebeu que eles estavam estranhos, pareciam esconder algo. O silêncio alastrou-se nos minutos que se sucederam. Segundo eles tinham alguns amigos o esperando, por isso foram direto para casa de Luiz. Ao abrir a porta se deparou com sua turma ali, feliz, esperando por ele. Abraçaram lhe com força, mal acreditavam que ele estava ali.

Christopher: Diana? Que é isso menina? – sorriu, acariciando a barriga dela.
Diana: Estou gorda não é? Pode me falar eu sei disso! – fez drama.
Christopher: Ao contrário, está linda. Muito linda! – selou a testa da amiga.

Depois cumprimentou Jhon e os demais que estavam presentes.
Laura: Desculpem interromper a alegria de vocês, mas tem uma coisa te esperando lá na piscina Christopher.  – sorriu escancaradamente.
Christopher: Tia, eu queria ir para o hospital, ver Alicia. – reclamou.
Laura: Primeiro vá até a piscina, por favor!
Christopher: Está bem. – rolou os olhos, sem paciência.

Seguiu até a área externa da casa. As luzes estavam apagadas, ele estranhou por um momento. Apenas a área onde estava instalado o canteiro de flores estava acesa. Olhou para os lados, buscando o ‘’tal’’ presente, nada encontrou.

Estava quase desistindo quando lá do fundo, bem lá do fundo uma princesa cruzava tranquila e serene o jardim. Pensou estar sonhando, se beliscou para ver se acordava. Era real? Era mesmo real?

Seu coração estava voltando a bater, estava cantando a alegria, o amor que tinha por aquela menina, tão linda e feita sob medida para ele. Era sua menina, sua musa, sua vida. Vida pela qual ele lutou, alma que viu morrer, viu se apagar. Por um momento pensou que seria nada, que nunca mais a veria, mas enfim, estava ali sua Alicia.

Transbordou de emoção, esqueceu-se de tudo, de todo aquele mundo que um dia os separou. Correu e quando sentiu ela em seus braços, quando viu que era verdade, que ela estava mesmo ali por ele, para ele, para eles, girou-a no ar, para que sentisse a liberdade que perdera naquela cama de hospital.
Foram mais de setenta dias, o que não foi suficiente para terminar com o amor que sentiam um pelo outro, e nem anos e vidas poderiam fazer com que morresse aquilo que sentiam.

Diana: Você está aqui, aqui comigo mais uma vez... – falou em alto e bom som.
Christopher: Pensei que nunca mais poderia te pegar em meus braços, te sentir perto de mim. Pensei que você nunca mais poderia me fazer feliz, pensei que nunca mais poderia ser feliz, já que sem você nada é bom o suficiente, nada é completo.

O beijo cheio de intensidade e prazer os envolvia em tamanha magia nunca antes sentida. Sob a luz das estrelas, voava,. Nem sentiam o chão por de baixo de seus pés. E beijavam-se mais e mais, na esperança de o mundo parar naquele momento tão lindo que viviam.

Christopher: Promete que vai ser minha para sempre, me promete que nada mais vai nos separar, nem Juan, nem Clara, nem ninguém.

Alicia: Prometo-te, prometo-te por tudo que é mais sagrado que serás meu e que nossos dias serão cada vez melhores, porque juntos nossa vida é muito melhor. Sinto-me tão completa quando estou contigo. Ouvir as batidas de seu coração é meu maior refúgio, parece que sou dona de ti.
Christopher: Como pode tamanho milagre? Você acordou meu amor, acordou. – sorria sem parar.

Alicia: Quando acordei e pedi por você, quase morri. Você não estava ao meu lado, juro que pensei que tinha morrido, te juro! É engraçado, porque as coisas aconteceram tão rápido... – algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto. – Não importa, afinal agora você está aqui!
Christopher: E estarei sempre, pra sempre com você!

Inabalável é o amor que se carrega dentro de um coração.
Um amor de um filho para com um pai, de um pai para com um filho, de namorados, de amigos.
Inabalável é o amor pela vida, que nos transforma em pessoas cada vez mais fortes.
Inabalável é cair e levantar em seguida, sem medo de ser feliz, sem medo de viver.
Ser inabalável é apenas, não deixar o sonho morrer.
Ser inabalável é apenas, aprender que a luta é a melhor vitória.
Ser inabalável é aprender a amar e ser amado
E
Do começo ao fim entender que amor de verdade não morre
Amor de verdade persiste até o fim.
Amor de verdade ultrapassa os limites da vida e da morte.
Amor de verdade é apenas um amor: Inabalável!

Foram até seus amigos e família. Finalmente estava tudo em seu devido lugar. Era um final feliz? Até poderia ser, mas ainda enfrentariam muitas coisas. Pela frente tantos desafios, afinal na vida a gente nasce e morre lutando. Perdendo ou vencendo não importa, estamos sempre na luta.

Christopher: Um brinde ao fim dessa batalha, que venham outras e que possamos sempre enfrenta-las, juntos.
Assim eles uniam-se ainda mais. Na alegria ou na tristeza persistiriam, até que a morte os separasse!

Você é assim inabalável menina, 
amor da minha vida!


FIM!

Nenhum comentário:

Postar um comentário