2 de abril de 2013

Inabalável - Capítulo 20



Pedro: Vamos Carol, volte comigo, por favor! - implorou. Ele era um bom ator, o coração da mulher já estava amolecendo. O ódio que Christopher sentia por ver sua mãe caindo denovo naquele papo furado era terrível
Christopher: Mamãe, olhe mim! - chamou a atenção da mulher. - Isso é mentira. Logo ele vai fazer tudo de novo, o sofrimento vai ser ainda pior. Me ouça, não volte com ele.

O amor deixa as pessoas cegas e idiotas. Incrível como palavras mentirosas fazem a cabeça de alguém, incrível como falsas promessas confundem pensamentos que saber a verdade e só não querem acreditar.



Carol: Ele está prometendo que vai mudar... mais uma chance Chris. Vamos dar só mais uma chance pra ele, por favor! - implorou ao filho que parecia não acreditar.
Christopher: Você só pode estar brincando. Olhe, olhe o que ele fez com o seu rosto!  - gritou, pegando-a pelo braço e fazendo-a se olhar no espelho.
Foi um erro meu amor, um erro. Vamos me perdoe! Eu te imploro, me perdoe!

Depois de alguns minutos de silêncio, a pequena esperança que Christopher carregava fora apagada. Ela perdoou o homem que a maltratou, que a machucou. Ela perdoou o homem que a fez nada.

Carol: Tudo bem Pedro, mas saiba que essa é a última vez que te perdoo, a última vez! - exclamou.
Christopher: Eu não posso acreditar no que está fazendo. Olhe para você, achando como quem não pensa. Você sabe o que vai acontecer e novamente o irá perdoar, eu não posso acreditar que é capaz de fazer isso! - exclamou furioso, saindo de casa.
Pedro: Não se preocupe meu amor, ele irá entender, você vai ver. - abraçou-a falsamente, enquanto ria daquele teatrinho medíocre.

Casa dos Guerra.

Laura: Oh meu amor, eu sinto muito! - afagava os cabelos da ''filha''. - Vou comprar as passagens para você ir vâ-la pela última vez, está bem?
Ela não se mexia. Era uma dor sem explicação, afinal, quanto cabe na dor da perda, além do vazio? Quanto? Nada.

Apertando a corrente em seu pescoço, parecia menos angustiada. Se cessava aos poucos, quem sabe por notar a presença de Lena ali, quem sabe por senti-lá mais perto, mais viva, dentro dela mesma.

Laura não perdeu tempo, ligou para o marido que em minutos estava em casa. Penalizava-os ver a filha naquele estado. Parecia estar isolada, restrita em um mundo paralelo incomum, só dela.

Luís: Há quanto tempo ela está assim? - pediu preocupado.
Laura: Desde que Christopher a trouxe. Parece estar em choque.
Luís: Vou mandar o doutor vir até aqui, creio que analisando ela, poderá nos orientar como agir. - disse, enquanto ligava para o médico.

O doutor medicou Ali, que no começo resistiu. Estava agindo de maneiro estranha, sem saber muito o que fazer, estava exausta. Depois de alguns minutos, enfim dormiu.
Luís: Você já comprou as passagens? Ela vai querer ir ver Lena... - indagou.
Laura: Ía ver disso, mas ela estava tão abalada, que fiquei com medo de deixá-la sozinha. - explicou.
Luís: Kate está no cursinho? - ela gesticulou positivamente.- Vou ir até o aeroporto ver disso, sabe onde está o passaporte dela?
Laura: Sim. Vou buscar e já te trago. - caminhou até o quarto da filha, pegou o documento, deu um beijinho em sua testa e levou até o marido.
Luís: Cuide bem dela, logo eu volto. - despediu-se carinhoso da esposo e saiu.

Hotel Day, Canadá.

Gisele: Olá, será que eu posso falar com o gerente do hotel? - indagou sorridente.
Atendente: Vou chamá-lo. Aguarde um instante por favor. - falou simpático.
Humberto: Lembre-se, temos que ser convincentes. Precisamos achar alguma pista aqui ou as coisas ficarão difíceis pra nós.
Ramon: Muito prazer eu sou o Ramon, em que posso ajudá-los? - um homem alto e magro, apareceu depois de alguns minutos.

Gisele: Eu sou irmã de Érika Montez. Ela esteve hospedada neste hotel há alguns anos e precisava saber se vocês tem a ficha dela aqui.
Ramon: Nós não podemos dar a ficha de hóspedes. - disse firme.
Gisele: Desculpe, é que ela morreu. - fingiu-se emocionada - Gostaria apenas de descobrir pistas do hospital em que teve sua filha, aqui deve haver algo que possa me ajudar! - pegou um lenço em sua bolsa, limpando as ''lágrimas''.
Ramon: Oh! Mil perdões senhora, eu realmente não sabia de sua situação. - engoliu seco.
Humberto: Se puder nos ajudar, minha mulher e eu ficaremos agradecidos. - ajudou na encenação.
Ramon: Vou ver o que posso fazer por vocês. Só um momento!

A espera estava os deixando impacientes. Depois de meia hora o homem voltou com uma pasta na mão.
Ramon: Fora difícil achar algo em nosso arquivo, mas o que tenho está aqui. Inclusive o hospital em que ela teve a criança. - eles sorriram cúmplices. Seus planos começavam a dar certo.

Brasil, casa dos Lins.

Eliza preparava o almoço, quando seu telefone tocou.
Eliza:  Paulo? - sorriu ao ver no visor o nome do homem.
Paulo: Olá, que  bom que me atendeu. - sorriu sem jeito.
Eliza: Está tudo bem?
Paulo: É  claro! Liguei para ver se Sophia está melhor. Diana ficou preocupada com ela e com as ameaças. - falou em um fio de voz.
Eliza: Ah sim, está bem melhor. Queria me desculpar por ontem, quanto as ameaças fique tranquilo. Tomarei conta dele e se souber de algo que ela faça me avise imediatamente.
Paulo: É claro, só não queria que ficasse um clima chato entre nós. O que acha de sairmos tomar um suco hoje de noite? - convidou. A mulher tinha vontade de pular de alegria, até parecia uma adolescente em seu primeiro encontro.
Eliza: É claro que eu aceito. Nos encontramos as oito no parque aqui perto de casa, pode ser? - pediu afoita.
Paulo: Ok. Até lá! - despediu-se.
Quando a mulher desligou o telefone.
Sophia: Eu não posso acreditar. Você é mesmo uma traidora. Como pode sair com o pai da menina que sua filha mais odeia em todo o mundo? - a menina estava parada, olhando irritada para ela, que sentia-se encurralada.





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