Casa dos Portmann.
Lucas: Chris o que está acontecendo aqui? - adentrou no quarto assustado. - Estou ouvindo os gritos lá do quarto de hóspedes. - gesticulou.
Christopher: Pede pra ela, você vai entender. - esbravejou, saindo dali.
Lucas: Tia, porque ele saiu daquele jeito? - indagou preocupado.
Carol: Porque ele nunca vai me entender Lucas... Chris acha que a vida é fácil, que tudo é simples, mas um dia ele vai se pegar em uma situação tão, mais tão delicada, que terá que deixar de lado tudo o que quer para enfrenter o que é certo. Nem sempre lidar com o coração é o melhor, a razão também existe! - afirmou cabisbaixa.
Lucas: Eu continuo não entendendo, do que está se referindo? - arregalou os olhos, esperando uma resposta.
Carol: Acho que este não seja um bom momento para conversarmos sobre isso, o que acha de ir dar uma força pra ele? Apesar de tentar esconder, não está nada bem...
Lucas: Se a senhora acha melhor, tudo bem! - sorriu compreensivo, indo em busca do amigo. - Ei cara, está tudo bem? - perguntou, enquanto ele seguia olhando pela janela da varanda.
Christopher: Aham. - respondeu frívolo.
Lucas: Chris, não importa o que aconteça, apoie sua mãe! Sabe, ás vezes é difícil concordarmos com o que elas querem para nós, mas é o melhor a se fazer... falo isso por experiência própria.
Christopher: Ela não quer denunciar ele, depois de tudo o que fez, eu não me conformo! - soqueou o ar.
Lucas: O amor é cego meu caro, um dia você vai entender!
Apartamento Gisele.
Pedro: Vamos Gisele, o que eu não posso descobrir? - questionou desconfiado.
Gisele: Que... que eu tenho uma... - gaguejou.
Pedro: Tem o quê? Vamos fale logo, você está me deixando nervoso! - aproximou-se ameaçador.
Gisele: Tenho uma viajem de última hora, achei que ficaria zangado, por isso não contei.- mentiu.
Pedro: E estou... que viajem é está que eu não sabia?
Gisele: Negócios, vou para o Canadá, Érika passou uma temporada lá, quero ver o que aprontou nesse meio tempo . - riu irônica.
Pedro: Hum, boa ideia, falando nisso, cadê o Humberto? - quis saber.
Gisele: Já está vindo. - quando viu o homem indo em direção da cozinha, suspirou aliviada, tinha sido por pouco. Agora, só precisava de uma passagem para ''ontem'' e sorte para que o filho não desencadeasse mais problemas para ela.
Casa dos Guerra.
Na beirada da piscina, Alicia chorava. Quem sabe, por não saber o que estava sentindo, quem sabe por não conseguir assimilar suas ideias, seus ideais. Apenas tentava buscar em seu interior o que a fizesse sentir melhor, o que a fizesse sentir verdadeiramente bem.
As horas passavam, não encontrava sua paz, o dia nasceu, o sol raiou e ela continuava ali, inexpressiva. Logo o canto sonoro dos pássaros invadiu seus ouvidos, a luz que iluminava seu rosto tornava-se mais forte, não estava sozinha.
Kate: Ali vamos tomar café? Laura está nos chamando! - falou o mais natural possível, ela não respondeu. - Ali, vamos? - insistiu.
Alicia: Eu quero ficar sozinha, será que você ainda não entendeu? - gritou furiosa. Kate assustado saiu dali, era difícil ser alvo da fúria de sua própria irmã, mas o que fazer? - Eu preciso de Lena, somente dela. - falou para si mesma. Foi para o quarto rapidamente, tirou o celular da bolsa e discou o número da senhorinha. - Lena?
Lena: Ali meu bem, sou eu mesma! - afirmou sorridente.
Alicia: Lena, você nem imagina o que me aconteceu... - depois de contar toda a história para a mulher, se sentia mais aliviada.
Lena: Estas sendo radical demais minha pequena... você é a prova viva de que morar em um orfanato não é nada bom. Sabes que está tendo a oportunidade que muitos jovens e muitas crianças queriam. - explicava com serenidade - Ali, não seja egoísta, nessa história você com certeza, não é a única vítima e também não é a mais prejudicada. Á muitas pessoas envolvidas nesse caso e você, bem, não desperdice sua oportunidade de ser feliz. - disse com sabedoria. - Família a gente recebe de braços abertos e coração repleto de amor!
Alicia: Mas, minha mãe já morreu... - a mulher interrompeu-a.
Lena: De corpo até pode ser, mas de alma não. Você sabe que não! E além do mais, tem sua irmã, tem uma mãe adotiva, um pai. Do que está reclamando? - indagou.
Alicia: Das mentiras...
Lena: Ninguém é perfeito, nada é perfeito! Quem sabe, se não tivesse vindo pra cá, a história tivesse um rumo bem pior. Você nem teria me conhecido. - riu. - Ali, saiba aceitar o que a vida te oferece, sabedoria é pra poucos e a felicidade só depende de nós mesmos... meu amor, não seja o seu pior inimigo!
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