NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Casa de Paolla
Ferraço - Sala – Anoitecendo.
[Ela
levanta e segue em direção à entrada. Ela se assusta.]
Paolla:
Alexia?
Alexia:
E então, querida? Saudades da antiga vida? Você
está com uma vida muito boa, casa chique, hein? Mas espero que não tenha se
esquecido da sua antiga vida. Quando morou lá em casa, lembra?
AGORA...
[Paolla
fica atônita]
Alexia:
O que foi, querida? Parece pasma... Não vai me convidar para entrar, não?
Paolla:
Sim, claro que sim. Me desculpe...
[Ela entra]
Alexia:
Eu é quem peço desculpas, tive que fazer um escândalo para que seus seguranças
me deixassem entrar.
Paolla:
Tudo bem... Deixa eu te apresentar uma pessoa, Alexia essa é Marion, minha
assessora, e Marion, essa é Alexia... Uma antiga amiga.
Marion:
Prazer.
Alexia:
O prazer é todo meu.
Paolla:
A que devo a honra da sua visita?
Alexia:
Vi nos noticiários que você havia voltado da Europa e resolvi fazer uma
visitinha a uma antiga amiga, afinal nós não nos vemos desde que você...
[Paolla
corta]
Paolla:
Desde que eu fui para a Europa.
Alexia:
É... Sim, tem razão.
Rio de Janeiro
– Morro – Manhã.
[Naomi,
Mauricio e Halley – um amigo – estão deitados sobre uma pedra fumando drogas]
Halley:
Cara, pensa comigo, o roteiro da Naomi é perfeito, nós já temos os atores, só
falta conseguir os patrocinadores para lançarmos no mundo artístico.
Mauricio:
Quem vai querer patrocinar um filme pornô Halley? Ninguém!
Halley:
Também não é pra tanto, você procurou alguma empresa?
Naomi:
Dezessete cara, dezessete gravadoras de filmes eróticos, mas nenhuma se
interessa por amadores.
Halley:
E olha que não é todo dia que vocês conseguem um ator assim como eu, bonitão,
charmoso e dotado. E ainda tem a Hellen que aceitou fazer o filme comigo...
Mauricio:
Peraí gente, tive uma ideia fantástica! Como é que eu não pensei nisso antes?
Naomi:
O que foi?
Mauricio:
E se filássemos o dinheiro com o tio Caio?
Naomi: Tá
de brincadeira né? Não, porque, uma coisa dessas só pode ser brincadeira.
Mauricio:
Naomi, nós dois sabemos bem que o tio Caio tem aquele jeitinho dele, aquela
opção sexual meio duvidosa e é aí que a gente entra e da o bote. Ou melhor, a
gente não, o Halley.
Halley:
Cara, desembucha logo qual é o plano.
Mauricio:
Se você topar Halley, você pode fingir que está atraído pelo tio Caio, ficar
com ele por uns meses e conseguir uns trocados o suficiente para lançarmos
nosso filme.
Halley:
A ideia não é má, mas quem garante que seu tio é mesmo gay?
Naomi:
Eu garanto! E alem do mais, eu e o Mauricio podemos te dar uma forcinha em
casa. Mas você tem que ter pose de macho mesmo, pelos menos finja que gosta da
coisa.
Halley:
Tá me estranhando é? Aqui é espada, minha filha! Seu tiozinho vai babar...
[Eles riem]
Doce Urbano -
Escritório – Manhã.
[Paolla
conversa com Camila Fantini – estilista da Doce Urbano –sobre a nova coleção]
Paolla: Não
sei Camila, algo me diz que falta cor nessa coleção.
Camila:
Dona Paolla, já é a terceira vez que a senhora manda revisar a coleção.
Paolla:
E vou mandar mais umas dez vezes até que fique perfeita. Nós temos uma
reputação e o nome de uma empresa a cuidar. Peça o pessoal do designer para
mesclar de vermelho e amarelo e me trazer uma amostra impressa.
Camila:
Sim, senhora.
Paolla:
E nos seus próximos modelos tente algo menos brilhante, com menos lantejoula,
menos seda. Nem todo homem gosta de ser o centro das atenções.
Camila: Sim,
senhora.
[Ela sai.
Paolla senta. Marion entra.]
Marion:
Com licença, Paolla.
Paolla: Diga
Marion.
Marion:
Acabou de chegar dois envelopes para você.
Paolla:
Deem-me eles.
[Marion
entrega. Paolla rasga e começa a ler]
Paolla:
Mas como assim?
Marion:
O que houve?
Paolla:
São duas intimações propostas a depor sobre o caso da morte do Juaréz.
Marion:
Duas?
Paolla:
Sim, uma minha e uma sua.
Marion:
E quando será?
Paolla:
Daqui dois dias. Eu não entendo, o doutor Jorge garantiu que sairia apenas no
final do ano, o caso estava engavetado.
Marion:
Não sei por que, mas me dá um medo só de saber que eu terei que falar sobre a
morte de alguém.
Paolla:
E como se não bastasse, somos suspeitas.
[O telefone
de Marion toca.]
Marion:
Eu preciso sair, os representantes da confecção estão me esperando. Com
licença.
[Ela sai]
Paolla:
Diabos! Aquele safado do Jorge Duran me paga!
[Paolla
fica pensativa e relembra]
- 2011 –
Juaréz:
Paolla, nós poderíamos mudar a data dessa festa. Estou com um certo mal
pressentimento, não me sinto bem.
Paolla:
De jeito nenhum. Enlouqueceu Juaréz? Eu não mudo a data dessa festa por nada!
Terá gente da alta sociedade aqui e temos que cumprir com nossas agendas,
nossas obrigações. E além do mais, hoje todos terão uma surpresa.
Juaréz:
Que surpresa?
Paolla:
Aguarde e saberá.
Juaréz:
Não sei... Algo me diz pra cancelar.
Paolla:
Eu dei minha palavra e assim será. É hoje e não tem quem mude.
- 2013–
[Paolla
conversa sozinha]
Paolla:
Juaréz, Juaréz, se eu pudesse voltar tudo seria diferente.
Rio de
Janeiro - Casa abandonada – Manhã.
[Marcello
está preso em um quarto escuro, com os olhos vedados e as mãos atadas. Alguém
entra.]
Marcello: Quem
está aí? Por favor, me solta. Eu tenho dinheiro, eu dou tudo que vocês
quiserem, por favor.
[Alguém dá
um tapa no rosto dele]
Marcello:
Aaaah!
- Eu
vou falar só uma vez, eu quero todas, exatamente todas as senhas de todos os
cofres existentes na Toque de Afrodite, e se você passar as senhas erradas eu
lhe corto, pedaço por pedaço.
Marcello:
Espera aí, eu conheço essa voz... Bruno? É você?
O trabalho Doce Urbano de Sadrack Oliveira Alves foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Uma incrível Trama!
ResponderExcluirÉrica
oi sadrack
ResponderExcluirestou curioso
para saber esse misterio todo...
Gu
Muito boa.... ^^
ResponderExcluirOlha que eu num curto ler esse tipo de coisa
Muito Obrigado! \o/\o/
ResponderExcluirHumm... Pitada erótica! HAHAHA' \o/
ResponderExcluirBrincadeira!
A web tá ótima, Sadrack!!
(Obs.: Paolla me lembra Lívia Marine... u.u rsrs')