31 de janeiro de 2013

Capítulo 4 - Doce Urbano




NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Rio de Janeiro – Delegacia – Tarde.
[Ramires pega o dinheiro na mesa e coloca no bolso do terno]
Ramires: Bem... Creio eu que a senhora esteja pagando por algo que você mesmo é protagonista, mas já que insiste.
[Ele retira um jornal da gaveta da mesa e entrega para Paolla]
Ramires: Veja você mesmo.
[Ela pega o jornal e lê a manchete: “Delegado Jorge Duran expulso do cargo por acobertar assassinato cometido pela top model Paolla Ferraço”.]

AGORA...
Rio de Janeiro – Delegacia – Tarde.
[Paolla lê a manchete e fica boquiaberta, assustada com o que vê, chega a gaguejar algumas palavras]
Paolla: Q-que, palhaçada é essa daqui?
Ramires: Eu não tenho palavras senhora, é o que está diante dos seus olhos.
Paolla: Como eles puderam fazer isso? Jornalista dos infernos! [Ela grita a ultima frase e joga o jornal no chão]
Ramires: Não é hora para se apavorar, além do mais, os jornalistas ganham para isso. Certamente o Jorge Duran deve saber algo sobre isso.
Paolla: Tem razão... Vou investigar melhor essas calúnias. [Ela pega a bolsa sob a cadeira] Passar bem delegado.
Ramires: O mesmo.
[Paolla sai]






Rio de Janeiro – Casa Abandonada – Tarde.
[Marcello, ainda de olhos vedados, termina de falar as últimas senhas dos cofres da Toque de Afrodite]
Marcello: [...]261 e 7.
- Ótimo! Perfeito! Está vendo? Se você colaborar, eu não preciso apelar pra nada demais...
Marcello: Por favor, me deixe ir embora. Eu já dei todas as senhas.
- Você não está achando que eu vou deixar você ir embora, não é?
[Ele tira a venda dos olhos de Marcello e ele se assusta]
Marcello: Ah, meu Deus! Bruno?
Bruno: Devo agradecer por sua colaboração Marcello, no começo você fez aquele teatrinho básico, mas, eu sabia que contribuiria.
Marcello: Cara, pra que isso? Somos melhores amigos... Eu te dei maior apoio quando chegou na Toque de Afrodite.
[Marcello começa a chorar]
Bruno: Quem foi a anta que te disse que eu te considero um amigo? Longe disso... [Ele faz uma pausa e deixa escapar um sorriso malicioso] Tem algo a dizer antes de morrer?
Marcello: Não, cara! Pelo amor de Deus, eu tenho duas filhas pra criar, uma família inteira pra sustentar, não me mate.
[Ele chora desesperadamente]
Bruno: Psiu! [Bruno segura o queixo de Marcello] Pode parar com essas ceninhas...
[Bruno enfia a mão no bolso e retira uma arma e um gravador, coloca ambos em uma mesinha, ele liga o gravador]
Bruno:  Prontinho! Gravador ligado, tudo certo. Diga suas ultimas palavras e eu vou entregar para aquela sua esposa gostosa.
[Marcello, chorando, abaixa a cabeça lentamente]
Marcello: Eu... Eu quero... Quero que...
[Antes que ele termine Bruno atira no peito dele]
Bruno: Há! Ponto para Bruno, que ataca novamente! [Ele dá uma gargalhada alta] Adoro isso!
[O corpo de Marcello cai no chão, espalhando o sangue pela camisa]
Bruno: Negão! Ô Negão! Aparece cara... [Ele grita o nome] [Negão aparece na porta]
Negão: Pois não chefe.
[Bruno aponta para o corpo]
Bruno: Vai que é sua Taffarel!
Negão: Peraí chefe, mas o que eu vou fazer com esse cara? Se deixarmos aqui os tiras podem encontrar.
Bruno: Não pedi pra você cuidar? Então! Vê se ao menos isso você faz direito!
[Bruno abre uma caixa de ferramentas com o pé e pega duas facas, ele esfrega uma faca na outra]
Bruno: Tá vendo isso aqui? [Negão faz com a cabeça que “sim”] Use isso, sua cabeça, aquele corpo e mais um saco de lixo. Volto mais tarde para pegar os pedaços.
Negão: Posso saber o que vai fazer com os pedaços?
[Bruno, irônico, faz uma cara maliciosa de preocupação]
Bruno: Você não tem coração, não é? Com tanta criança passando fome no mundo, está mais do que na hora de fazermos uma caridade. [Bruno bate a mão sob o peito de Negão] Use a cabeça cara, a cabeça!
[Ele sai]

Casa de Paolla – Sala– Noite.
[Paolla entra em casa, eufórica com um jornal na mão, Marion está sentada no sofá fazendo anotações numa caderneta]
Marion: Paolla! Que bom que você já chegou, aquele estilista ligou umas setes vezes aqui. Você desligou seu celular?
[Paolla se aproxima e começa a esfregar o jornal na cara de Marion, ela se levanta sem entender nada]
Marion: Ficou doida Paolla? O que é isso?
Paolla: Pra ver se você enxerga o tamanho da merda que você deixou escapar nesse jornal.
Marion: Merda? Eu não estou entendo.
Paolla: Ah, não? Sua quadrúpede de bosta, que assessora é essa que não cuida da vida do patrão? Eu te pago essa fortuna pra que Marion? Pra que? Pra você deixar vazar uma desgraça dessas daqui!
Marion: Calma Paolla. Me deixe ver.
[Ela pega o jornal, Paolla senta no sofá com a mão na cabeça. Marion lê.]
Marion: Não acredito! Como isso aconteceu?
Paolla: E você vem perguntar justamente pra mim? Faça-me o favor Marion... Minha vontade agora era de esfregar essa sua cara no asfalto até mudar essa manchete.
Marion: Me desculpa Paolla... Eu realmente sinto muito, isso não vai se repetir.
[Marion senta no sofá quase chorando. Há uma pausa no diálogo das duas. Paolla pega a bolsa e levanta]
Marion: Aonde você vai?
Paolla: Vou atrás do Jorge... Ele deve saber sobre isso melhor que nós.
[Marion também se levanta]
Marion: Tem razão, me dá carona até o jornal?
Paolla: Sim, vamos!
[As duas saem]

Toque de Afrodite – Escritório – Noite.
[Bruno consegue se infiltrar dentro da Toque de Afrodite sem ser visto pelos seguranças. Ele abaixa a alavanca e digita a senha desativando o alarme e finalmente consegue entrar no escritório. Ele fala baixo consigo mesmo.]
Bruno: Há! Ê Marcellinho... Suas burradas vão fazer falta.
[Bruno chega até a porta do cofre, digita a senha e o cofre abre. A luz acende rapidamente e Bruno se assusta. Bernardo está sentado na cadeira com os pés sobre a mesa]
Bruno: Bernardo?
Bernardo: Buenas noches, bebê! Surpreso?


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