NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Rio de Janeiro
– Delegacia – Tarde.
[Ramires
pega o dinheiro na mesa e coloca no bolso do terno]
Ramires:
Bem... Creio eu que a senhora esteja pagando por algo que você mesmo é
protagonista, mas já que insiste.
[Ele retira
um jornal da gaveta da mesa e entrega para Paolla]
Ramires:
Veja você mesmo.
[Ela pega o
jornal e lê a manchete: “Delegado Jorge
Duran expulso do cargo por acobertar assassinato cometido pela top model Paolla
Ferraço”.]
AGORA...
Rio de Janeiro
– Delegacia – Tarde.
[Paolla lê
a manchete e fica boquiaberta, assustada com o que vê, chega a gaguejar algumas
palavras]
Paolla:
Q-que, palhaçada é essa daqui?
Ramires:
Eu não tenho palavras senhora, é o que está diante dos seus olhos.
Paolla:
Como eles puderam fazer isso? Jornalista dos infernos! [Ela grita a ultima frase e joga o jornal no chão]
Ramires:
Não é hora para se apavorar, além do mais, os jornalistas ganham para isso.
Certamente o Jorge Duran deve saber algo sobre isso.
Paolla:
Tem razão... Vou investigar melhor essas calúnias. [Ela pega a bolsa sob a cadeira] Passar bem delegado.
Ramires:
O mesmo.
[Paolla
sai]
Rio de Janeiro
– Casa Abandonada – Tarde.
[Marcello,
ainda de olhos vedados, termina de falar as últimas senhas dos cofres da Toque
de Afrodite]
Marcello:
[...]261 e 7.
- Ótimo! Perfeito! Está vendo? Se você colaborar,
eu não preciso apelar pra nada demais...
Marcello:
Por favor, me deixe ir embora. Eu já dei todas as senhas.
- Você
não está achando que eu vou deixar você ir embora, não é?
[Ele tira a
venda dos olhos de Marcello e ele se assusta]
Marcello:
Ah, meu Deus! Bruno?
Bruno:
Devo agradecer por sua colaboração Marcello, no começo você fez aquele
teatrinho básico, mas, eu sabia que contribuiria.
Marcello:
Cara, pra que isso? Somos melhores amigos... Eu te dei maior apoio quando
chegou na Toque de Afrodite.
[Marcello
começa a chorar]
Bruno:
Quem foi a anta que te disse que eu te considero um amigo? Longe disso... [Ele faz uma pausa e deixa escapar um sorriso
malicioso] Tem algo a dizer antes de morrer?
Marcello:
Não, cara! Pelo amor de Deus, eu tenho duas filhas pra criar, uma família
inteira pra sustentar, não me mate.
[Ele chora
desesperadamente]
Bruno:
Psiu! [Bruno segura o queixo de
Marcello] Pode parar com essas ceninhas...
[Bruno
enfia a mão no bolso e retira uma arma e um gravador, coloca ambos em uma
mesinha, ele liga o gravador]
Bruno: Prontinho! Gravador ligado, tudo certo. Diga
suas ultimas palavras e eu vou entregar para aquela sua esposa gostosa.
[Marcello,
chorando, abaixa a cabeça lentamente]
Marcello:
Eu... Eu quero... Quero que...
[Antes que
ele termine Bruno atira no peito dele]
Bruno: Há!
Ponto para Bruno, que ataca novamente! [Ele
dá uma gargalhada alta] Adoro isso!
[O corpo de
Marcello cai no chão, espalhando o sangue pela camisa]
Bruno:
Negão! Ô Negão! Aparece cara... [Ele
grita o nome] [Negão aparece na porta]
Negão:
Pois não chefe.
[Bruno
aponta para o corpo]
Bruno:
Vai que é sua Taffarel!
Negão:
Peraí chefe, mas o que eu vou fazer com esse cara? Se deixarmos aqui os tiras
podem encontrar.
Bruno:
Não pedi pra você cuidar? Então! Vê se ao menos isso você faz direito!
[Bruno abre
uma caixa de ferramentas com o pé e pega duas facas, ele esfrega uma faca na
outra]
Bruno:
Tá vendo isso aqui? [Negão faz com a
cabeça que “sim”] Use isso, sua cabeça, aquele corpo e mais um saco de
lixo. Volto mais tarde para pegar os pedaços.
Negão:
Posso saber o que vai fazer com os pedaços?
[Bruno,
irônico, faz uma cara maliciosa de preocupação]
Bruno:
Você não tem coração, não é? Com tanta criança passando fome no mundo, está
mais do que na hora de fazermos uma caridade. [Bruno bate a mão sob o peito de Negão] Use a cabeça cara, a
cabeça!
[Ele sai]
Casa de Paolla
– Sala– Noite.
[Paolla
entra em casa, eufórica com um jornal na mão, Marion está sentada no sofá
fazendo anotações numa caderneta]
Marion:
Paolla! Que bom que você já chegou, aquele estilista ligou umas setes vezes
aqui. Você desligou seu celular?
[Paolla se
aproxima e começa a esfregar o jornal na cara de Marion, ela se levanta sem
entender nada]
Marion:
Ficou doida Paolla? O que é isso?
Paolla:
Pra ver se você enxerga o tamanho da merda que você deixou escapar nesse
jornal.
Marion:
Merda? Eu não estou entendo.
Paolla:
Ah, não? Sua quadrúpede de bosta, que assessora é essa que não cuida da vida do
patrão? Eu te pago essa fortuna pra que Marion? Pra que? Pra você deixar vazar
uma desgraça dessas daqui!
Marion:
Calma Paolla. Me deixe ver.
[Ela pega o
jornal, Paolla senta no sofá com a mão na cabeça. Marion lê.]
Marion:
Não acredito! Como isso aconteceu?
Paolla:
E você vem perguntar justamente pra mim? Faça-me o favor Marion... Minha
vontade agora era de esfregar essa sua cara no asfalto até mudar essa manchete.
Marion:
Me desculpa Paolla... Eu realmente sinto muito, isso não vai se repetir.
[Marion
senta no sofá quase chorando. Há uma pausa no diálogo das duas. Paolla pega a
bolsa e levanta]
Marion:
Aonde você vai?
Paolla:
Vou atrás do Jorge... Ele deve saber sobre isso melhor que nós.
[Marion
também se levanta]
Marion:
Tem razão, me dá carona até o jornal?
Paolla:
Sim, vamos!
[As duas
saem]
Toque de
Afrodite – Escritório – Noite.
[Bruno
consegue se infiltrar dentro da Toque de Afrodite sem ser visto pelos
seguranças. Ele abaixa a alavanca e digita a senha desativando o alarme e
finalmente consegue entrar no escritório. Ele fala baixo consigo mesmo.]
Bruno: Há!
Ê Marcellinho... Suas burradas vão fazer falta.
[Bruno
chega até a porta do cofre, digita a senha e o cofre abre. A luz acende
rapidamente e Bruno se assusta. Bernardo está sentado na cadeira com os pés
sobre a mesa]
Bruno:
Bernardo?
Bernardo:
Buenas noches, bebê! Surpreso?

O trabalho Doce Urbano de Sadrack Oliveira Alves foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
muito bom
ResponderExcluirsadrack
GU
Fortes emoções.... Da hora.... Parabéns Spaço
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