12 de agosto de 2012

Spaço News: “O que mais tenho é pai” diz menino que possui dois pais




'Caráter depende da criação', diz pai homossexual que adotou dois filhos
Empresário cria irmãos deixados pelo pai biológico em Ribeirão Preto. 
'Respeito deles por mim não é diferente de nenhuma família', diz.


Homossexual adota garotos em Ribeirão Preto, SP (Foto: Manoela Marques/G1)Igor (esq.), Nélio (centro) com o parceiro Renan e Yuri (dir.) (Foto: Manoela Marques/G1)

“Criação não depende de um casal, um individuo pode criar outro baseado na ética e no caráter.” É com esse pensamento que o empresário Nélio de Figueiredo, de 51 anos, apadrinhou dois irmãos há mais de 15 anos e hoje cria ambos como filhos, com a ajuda de um companheiro. Figueiredo é homossexual e vive atualmente com Renan Mingorance, de 25 anos e os dois meninos, em Ribeirão Preto (SP).

“O que mais tenho é pai”, conta o caçula Igor Germano, de 15 anos. Ele e o irmão Yuri Germano, de 16 anos, perderam o contato com o pai biológico ainda pequenos, quando a mãe deles decidiu pela separação. 

Figueiredo conta que o  pai das crianças era usuário de drogas e se afastou da família. A mãe trabalhava no salão de beleza do empresário e, após a separação do companheiro, foi convidada a morar com Figueiredo com os meninos. “A casa era grande e eu tinha condições de dar a eles o que faltava”, recorda.

Atualmente, a mãe mora em outra casa com o novo marido. “Também ficamos lá, gosto deles, mas gostamos mesmo é de ficar na casa do Nélio”, brinca Yuri.

Respeito e preconceito

O pai adotivo garante que a criação dos garotos sempre foi com muito amor e respeito. “Não deixo que eles tenham carência paternal.”O objetivo dele é contribuir para que tenham sua identidade definida. “Não existe isso de serem gays porque sou gay, eles devem ser eles mesmos sempre”, afirma. Para ele, a principal diferença da criação feita por um homossexual é o respeito que se aprende a ter pelos outros. “E o respeito deles por mim não é diferente de nenhuma outra família”.

Homossexual adota garotos em Ribeirão Preto, SP (Foto: Manoela Marques/G1)A família conta que o preconceito vem dos pais de alguns amigos de escola. “Muitos não deixam os filhos virem a nossa casa e sabemos o motivo, mas as crianças mesmo dificilmente agem assim”, diz Figueiredo, que vê na mudança de gerações uma aceitação maior. "Com o tempo as pessoas terão mais respeito pela pessoa como ser humano, independente da orientação sexual, e vemos isso pelos jovens."



Vida em família

Os garotos garantem que Nélio é um exemplo de pai e de vida para eles e não escondem o orgulho até na hora das broncas. Para Igor, o olhar diz tudo enquanto Yuri tem mais medo das palavras. “Ele mata a gente com uma palavra só.”Já o companheiro Renan é considerado a “mãe” da casa. “Sou o moderninho e deixo que eles façam tudo que querem, além de interceder, às vezes, para ajudar”, admite o jovem.

*As informações são retiradas do Site G1

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